A doctor treats a patient infected with the novel coronavirus COVID-19 at the Intensive Care Unit of the Hospital de Clinicas, in Porto Alegre, Brazil, on April 15, 2020. - With Brazilians increasingly ignoring health officials' warnings to stay home -- encouraged by their far-right president Jair Bolsonaro, who has condemned the "hysteria" over the virus -- predictions for how the pandemic will play out in the hardest-hit country in Latin America are getting dire. (Photo by Silvio AVILA / AFP)

 

Em 2021, em Minas Gerais, a média mensal de mortes por Covid-19, foi maior do que a soma da média mensal de mortes por câncer e doenças do aparelho circulatório, como acidente vascular cerebral (AVC), hipertensão e insuficiência cardíaca, se comparado a 2019. Os dados são da pesquisa semanal divulgada pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal). Isso é absolutamente inédito e muito grave, considerando que desde a década de 1970 a maior causa de mortes no Brasil tem sido as doenças do aparelho circulatório. Até este último dia 24 de maio, quando completaram-se 68 dias após o primeiro dia de Onda Roxa, havia-se observando estabilidade no surgimento de novos casos no estado. No entanto, o relaxamento das medidas, especialmente a partir do Dia das Mães, parece ter impulsionado uma nova escalada de casos em Minas Gerais.

Nesta última segunda, o Sul de Minas registrou pelo sétimo dia seguido tendência de crescimento de novos casos, situação em que se encontram todas as suas regionais de saúde. A média de novos casos por dia na semana registrou 1657, estabelecendo novo recorde. O que parece apontar para uma reescalada de novos casos a partir do Dia das Mães e a ser alimentada pela estação mais fria, novas comemorações em junho, vacinação lenta e maior circulação da cepa P.1.

Em internações e óbitos, a região apresentou tendência de estabilidade, sendo que a média diária de internações e mortes na semana foram, respectivamente, de 102 e 31.

Entre os 10 maiores municípios em população a média diária de mortes na semana apresentou tendência de crescimento em metade deles (Poços de Caldas, Varginha, Passos, Itajubá e São Sebastião do Paraíso) e de diminuição na outra metade (Pouso Alegre, Lavras, Alfenas, Três Corações e Três Pontas).

De acordo com o orientador da pesquisa, o professor de epidemiologia Sinézio Inácio da Silva Júnior, o sul de Minas e atualmente Minas Gerais e praticamente o Brasil, vive um momento bastante crítico em relação ao rumo da pandemia. O ritmo da vacinação, todos estão percebendo, está lento, embora ele já esteja protegendo contra o aumento de mortes e de casos graves entre os mais velhos e pessoas já vacinadas. O percentual de pessoas vacinadas ainda é muito pequena para conter o ritmo de contágio e as pessoas que mais circulam, por vários motivos, podem proporcionar o aumento do contágio. “Temos observado que além dessa falta de proteção dos jovens, que estão realmente cansado com as medidas de prevenção”, justificou.

Ainda segundo o professor, existe também um desencontro de lideranças a respeito, em todos os níveis de governo, a começar pelo governo federal que tem o maior poder e a maior responsabilidade. No sul de Minas, após o feriado do Dia das Mães, o que já era esperado aconteceu que foi uma reaceleração do ritmo de novos casos da chamada incidência. “Há mais de uma semana nós estamos com uma tendência estabelecida de crescimento de novos casos. Em Três Pontas, por exemplo, que é um dos 10 municípios mais populosos do Sul de Minas, já há um mês nós já registramos uma tendência desse crescimento de novos casos”, alertou.

Segundo o professor, o município, assim como em todas as regionais de saúde da região  apresenta uma tendência de crescimento nesse ritmo de novos casos. Isto significa que agora, a cidade está estabilizada em um alto nível de contágio, em um nível de mortes e internações que poderiam estar diminuindo em função da vacinação dos mais vulneráveis. Ele começa a ser compensado por esse grande número de novos casos entre as pessoas mais jovens. Embora seja exaustivo falar, é importante que cada um tome as medidas de precaução como uma prioridade pessoal, uso da máscara, uso da máscara e o uso da máscara”, reinterou Sinézio Júnior.

E as contaminações poderão aumentar neste mês, com o feriado do Dia de Corpus Christi e o Dia dos Namorados, por causa das aglomerações familiares e entre amigos. “Não podemos esquecer que quanto mais casos existem e pessoas vacinadas, mas não ainda em grande quantidade, é a receita para que novas variantes mais transmissíveis e resistentes ao sistema imunológico se desenvolvam, como a variante P.! que começa a circular cada vez com mais força e vai predominar como já aconteceu em São Paulo, no meio da nossa população também aqui do Sul de Minas”, esclareceu o professor de epidemiologia Sinézio Júnior.

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