O presidente da Associação Comercial e Agroindustrial de Três Pontas (Acai-TP) Bruno Dixini Carvalho, está recebendo ligações desde a noite desta segunda-feira (15), quando o governador Romeu Zema fez o anúncio que todas as cidades de Minas Gerais, na onda roxa do Programa Minas Consciente, como já estavam outras regiões do Estado. O problema são as medidas de restrições e de circulação – com o funcionamento apenas de estabelecimento comerciais essenciais, entre as 5h e as 20h e a proibição com o toque de recolher entre as 20h e as 5h da manhã.

Bruno conta que a Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Minas Gerais (Federaminas), estava já mobilizada desde a criação da onda roxa em outras regiões do Estado, no sentido de flexibiliar a questão comercial, mas o governo não conseguiu avançar muito.

Ele percebe que o prefeito Marcelo Chaves Garcia não é favorável ao fechamento, sempre foi aberto ao diálogo, mas a situação foi imposta pelo governo. Na opinião do lider associativista, o nível de organização de lojas, estabelecimentos comerciais e muitas empresas para se manterem abertas é melhor que em residências. Não são elas que tem provocado aglomerações e descumprindo as medidas. No supermercado de sua família que ele administra, apenas um funcionário teve Covid-19, mas foi através do contato de uma outra pessoa.

A nova onda que acompanha esta decisão de fechamento dos estabelecimentos que considera não essenciais, tem um impacto preocupante demais. É que a cidade já vem de um momento econômico muito frágil. “Desde novembro, o comércio vem percebendo um movimento bem mais tímido por causa do fim do auxílio emergencial e entra agora na época de pagamento de IPVA, compra de material escolar, entre outras despesas, que acabam enfraquecendo o orçamento familiar”, afirmou Bruno Dixini.

A notícia que os empresários terão que fechar as portas, é aterrorizante. “Estamos muito preocupados com isto, com a possibilidade de demissões e o enfraquecimento dos empresários”, garantiu.

As demissões neste período de pandemia não foram sentidas tanto, porque Três Pontas foi uma cidade que triunfou perto das outras, parou por um período menor e de acordo com os dados divulgados pelo Sebrae, ainda conseguiu gerar 468 empregos formais. Já Varginha foi apenas 211 novos postos de trabalho e Três Corações que tem uma localização privilegiada, as margens da rodovia Fernão Dias, demitiu 290 colaboradores. A medição ocorreu desde o início da pandemia. Bruno acredita que isto se deve ao bom posicionamento das indústrias e também a valorização do preço da saca do café, porém, é preciso estar alerta se isto não é temporário. Já nestes três primeiros meses de 2021, o enfraquecimento é notório, sem o auxilio emergencial e antes de começar a safra.

Na lista de estabelecimentos que podem funcionar durante os próximos 15 dias estão indústrias que fabricam materiais essenciais. O fechamento das indústrias estabelecidas no município, provoca uma queda no faturamento e consequentemente não tem como cumprir suas obrigações com funcionários. “Já temos notícias que empresários estão no seu limite e quem dependem deles para sustentarem suas famílias também estão em risco. O que temos até agora, é que as lojas podem trabalhar conforme aquela época, equipe interna operando e uma fita, balcão ou aviso pra não operarem com clientes no interior da loja. Isso é plenamente permitido”, alertou o presidente.

Bruno criticou que o governo não anuncia medidas que possam auxiliar os empresários, muito menos o perdão em tributos. O setor está sem onde recorrer ou se apegar com medidas de apoio .

O presidente da Acai-TP aguarda um encontro com representantes da Prefeitura, para discutirem como as medidas serão cumpridas. A Administração fez reuniões durante toda a manhã e deve se posicionar ainda durante a tarde.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here