O prefeito Marcelo Chaves, a filha da homenageada Joyce Duarte, o presidente da Câmara Maycon Machado e a secretária de Assistência Social Cidalya Chaves. Fotos: Equipe Positiva

 

A Prefeitura de Três Pontas oficializou na manhã desta terça-feira (06), o nome de “Norma Duarte de Sousa”, na nova sede da Secretaria Municipal de Assistência Social da Criança e do Adolescente. A população agora é atendida em um imóvel alugado pelo Município, localizado na Rua Barão da Boa Esperança, nº 91, no Centro. A secretaria funcionou durante muitos anos em um prédio alugado da Cocatrel, que por decisão tomada em Assembleia foi solicitado a desocupação. A inauguração faz parte da programação do “Viva Três Pontas”.

A cerimônia foi rápida, contou a presença de membros da atual Administração: o prefeito Marcelo Chaves Garcia (MDB), do presidente da Câmara Maycon Douglas Vitor Machado (PDT), a secretária de Assistência Social e primeira dama Cidalya Chaves Garcia, o sub comandante da 151ª Companhia de Policia Militar Tenente Maurício Feliciano Filho, secretários municipais, servidores da Prefeitura e familiares da homenageada. A nova sede contém diversas salas, amplas e arejadas, permitindo que o atendimento à população seja mais acolhedor e individualizado.

Secretaria fica na Rua Barão da Boa Esperança 91, no Centro

A filha da homenageada, Joyce Duarte e Sousa ocupou o dispositivo de honra, junto as autoridades, mas foi a irmã dela, Betina Duarte e Sousa, quem falou em nome da família. Segundo ela, a mãe Dona Norma, passou a vida ajudando as pessoas. A porta da sua casa e do seu coração estavam sempre abertos, até mesmo para aqueles que dificilmente recebem auxílio, pessoas que não agem de acordo com os conceitos do que seria o certo ou errado, o bem ou o mal. Ela não escolhia a quem ajudar e viveu cada dia da sua vida procurando fazer o bem a quem quer que fosse. Ela vivenciou e praticou o amor ao próximo, o perdão e a generosidade em cada um dos seus 89 anos. Em nome da família, Betina agradeceu a todos, e principalmente a primeira dama Cidalya pelo empenho em batizar a Secretaria Municipal de Assistência Social da Criança e do Adolescente como “Norma Duarte de Souza”. Ela tem a certeza que onde estive está abençoando aquele espaço, de amor e acolhimento.

O presidente Maycon Machado parabenizou a gestão pela inauguração. Os familiares pela homenagem a uma pessoa que se preocupou muito em fazer o bem ao próximo e que a nova sede seja um local que ampare e acolha famílias que necessitam.

A secretária de Assistência Social Cidalya Chaves falou em gratidão. Sentimento que tem pela equipe de profissionais que trabalha com ela no dia a dia, trocando tantas experiências e ensinamento de como atuar na Secretaria. Sobre a homenageada, contou que Dona Norma Duarte, foi um ser humano diferenciado, com uma alma totalmente espiritualizada.

Já o prefeito Marcelo Chaves, agradeceu aos familiares da homenageada por permitir que seu nome seja eternizado na sede, que oferece uma infinidade de serviços à população. “Que a luz dela que brilhou tanto aqui na terra, ilumine o trabalho deste setor tão importante. O nome de Dona Norma vai dar forças necessárias para que consigamos atingir os objetivos que é buscar os cidadãos que precisam de atenção, carinho e da dedicação do poder público”, afirmou o prefeito. Ele reconhece a importância de se fazer obras e investir na saúde, mas também promover o bem estar é algo que faz a diferença.

Ele também agradeceu aos Conselhos, que são parceiros e dedicados e ajudam a traçar os rumos que quer para Três Pontas, a Câmara Municipal que tem permitido viabilizar melhorias que estão sendo colocadas em prática, como é o Cartão Viva Mais Saúde, que beneficia a saúde dos servidores municipais.

Após o descerramento da placa inaugural, os convidados conheceram as dependências da sede e tomaram um café.

Nova estrutura

O amor foi a “Norma” de sua vida

Norma Duarte de Sousa nasceu em 13 de maio de 1930. Filha única do segundo casamento do viúvo João D’ Aparecida Duarte com Iracema Corrêa Duarte. Do primeiro casamento do pai, Norma teve seis irmãos: Ítalo, Paulo, Itália, Aída, Maria e Zita. No entanto, apesar dos irmãos, sua maior companhia durante a infância foi seu tio Euclides, que foi seu melhor amigo e companheiro ao longo de toda a sua vida.

Norma aprendeu a ler no cinema – que frequentava diariamente com os pais – e, desde a descoberta do fantástico universo da palavra, encontrou na leitura uma das suas grandes paixões. Aluna aplicada, sonhava em cursar medicina. Como não conseguiu a permissão do pai para estudar fora, formou-se com louvor em Contabilidade na Escola de Comércio Nossa Senhora d’Ajuda, em Três Pontas, e como professora de magistério na Escola Normal, dirigida por sua querida tia Ruth Corrêa Vilela, quando a escola era localizada na casa do Padre Victor na Praça da Igreja Matriz, onde posteriormente foram construídos o cinema e hotel Ouro Verde.

Norma não se dedicou às profissões nas quais se formou, embora durante alguns anos tenha assinado a contabilidade da farmácia do Seu Aristides. Sua dedicação foi à vida, à família, a quem precisasse dela, às coisas belas e boas e, principalmente, ao amor. Casou-se com o dentista lavrense Ismael de Sousa, com quem teve cinco filhos – Márcio Luiz, Cíntia, Joyce, João e Betina – 12 netos e 6 bisnetos. Foi Domadora do Lions Clube por vários anos, participou do coral da Lucimar Tiso Veiga e, com sua voz de anjo, encantou festas, casamentos, encontros e inaugurações. Era solicitada para todas as ocasiões especiais. Fez isto durante toda sua vida pelo simples prazer de cantar e atender às pessoas. Nunca cobrou de ninguém. Quantas vezes a sua voz ecoou e abençoou uniões com a “Ave Maria” de Gounod? Ou “Eu Sei que Vou Te Amar”? “Paz do Meu Amor”?

Aos 78 anos achou que era hora de aprender a tocar um instrumento e matriculou-se na aula de bateria no conservatório Municipal, além de passar a fazer aulas de canto na Escola de Música Proarte. Mas o maior legado de Norma Duarte foi a sua existência. Ela viveu a bondade, a generosidade, a caridade, o perdão e o amor ao próximo todos os dias da sua vida. A sua casa era aberta a todos os que necessitavam de auxílio material e imaterial. As pessoas batiam na porta o dia inteiro pedindo ajuda, algumas iam todos os dias, e ela jamais recusou prestar ajuda, muitas vezes a contragosto da família. “Norma, ele vai tomar pinga com esse dinheiro”, diziam. “Coitado, deixa ele”, respondia. Ajudava sem perguntar, sem cobrar, sem exigir nada em troca. Ajudava sem buscar reconhecimento, sem fazer alarde, no silêncio discreto do bem fazer. Ajudava por ajudar. Ouvia, dava atenção, conselhos quando era solicitada. Jamais falava mal de alguém. Dizia: “Só abra a boca para falar o que for útil, verdadeiro ou agradável”.

Norma Duarte ofereceu seu coração e suas palavras de sabedoria e amor a todos os que cruzaram seu caminho. Se alguém lhe fazia mal, retribuía com a mão estendida e um sorriso sincero. Se todos se voltavam contra uma pessoa, ela lhe abraçava com carinho, por mais errada que essa pessoa estivesse. Norma, que tinha a força da “regra” em seu próprio nome, fez do amor a norma da sua vida e assim viveu plenamente cada um dos seus dias, como um anjo de luz, deixando em seus 89 anos um legado imensurável do que hoje o mundo talvez mais precise: amor e harmonia.