Foto: Arquivo EP

 

O agravamento da pandemia da Covid-19 em todo o Brasil, começou em janeiro, com o reflexo das aglomerações de Natal e Ano Novo. Quando a situação parecia que seria amenizada e caminharia para um controle do número de casos, a quebra das regras de isolamento e distanciamento social, fez com que os casos confirmados e de mortes disparassem.

É o que aconteceu em Três Pontas. Um levantamento feito pela Equipe Positiva nos boletins epidemiológicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), divulgados diariamente, é possível perceber que o município viveu os primeiros dias do ano de 2021, com muitas famílias enlutadas. Até 31 de dezembro do ano passado, em 10 meses de pandemia, a cidade registrava 19 mortes pela Covid (36,53%). Agora, em 24 de março, os números saltaram para 52 óbitos, em apenas 83 dias. São 33 (63,47%) famílias a mais que perderam um ente querido. Para se ter uma ideia do disparo que mortes que ocorreram, o 20º óbito foi confirmado pela Secretaria de Saúde no dia 04 de janeiro – uma idosa de 72 anos. Ou seja, a cidade quase que dobrou o número de mortes em menos de três meses, a maioria deles em janeiro. Em um único dia, (25 de janeiro), Três Pontas confirmava o falecimento de três trespontanos.

Os casos confirmados também dispararam. No primeiro boletim epidemiológico do ano eram 1.317. Em janeiro foram 920 casos e em fevereiro 443. Os casos positivados agora caminham a passos largos para 3 mil infecções de Coronavírus – 2.922.

Três Pontas é a 62ª cidade com mais mortes no Sul de Minas

Já o boletim epidemiológico realizado pela Universidade Federal de Alfenas (Unifal – MG), mostra que até o fim da 11ª semana epidemiológica concluída no sábado (20), entre as dez maiores populações sul mineiras, o município de Três Pontas, ocupava a 5ª posição em número de casos por habitante, com 5,1% de casos na população. O município tem a 9ª posição em letalidade (óbitos entre os doentes de Covid) com 1,7%.

Considerando todas as 154 cidades do Sul de Minas, o município, em relação a estes indicadores, ocupa as seguintes posições: 31ª em número de casos por habitante, 94ª em letalidade e a 62ª em mortes por habitante.

Assim, em número de casos por habitante, Três Pontas está acima da região sul (5,1% x 4,2%), em letalidade está abaixo do sul mineiro (1,7% x 2,1%) e em número de mortos por habitante está na mesma situação da região sul.

Com uma semana de onda roxa, Três Pontas registrou tendência de aumento de internações (+100%) e óbitos (+200%) e estabilidade de casos com viés de crescimento (+13%). Os dados levam em conta a média dos últimos 7 dias, comparando com os últimos 14 dias antes. Se o percentual fica entre +15% e -15% se diz que há tendência de estabilidade; se fica acima de +15% é tendência de alta e abaixo de 15% é tendência de queda.

De acordo com o professor de epidemiologia, saúde coletiva e políticas de saúde da Universidade Federal de Alfenas (Unifal-MG), Sinézio Inácio da Silva Júnior, ainda é muito cedo para perceber os efeitos da onda roxa, não só em Três Pontas, mas no Estado todo.

Em termos de vacinação da população com 80 anos ou mais, até o dia 23 de março, considerando os dez maiores do Sul de Minas, Três Pontas estava na 9ª posição, segundo os dados da Secretaria de Estado de Saúde, com 71% dessa população vacinada.

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