Por Louí Jordan

A famosa mudança que não muda nada ou melhor, uma ausência que permanecerá presente às escondidas. É dessa forma que Marco Polo Del Nero e seus antecessores na Presidência da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pensaram, planejaram e concluíram. A Fifa, entidade máxima do futebol, anunciou que Del Nero está banido até o fim da sua vida de quaisquer atividades que envolvam esse esporte, o cartola foi considerado culpado das acusações que eram investigadas desde 2015.

Acusado de corrupção e de ter violado as regras gerais de conduta do Código de Ética da Fifa, Del Nero dará lugar para Antônio Carlos Nunes, por ser o vice-presidente mais velho do órgão que comanda o futebol brasileiro, o famoso Coronel Nunes assume o posto de presidente até o fim da atual gestão. Portanto já podemos concluir algumas coisas, a Fifa acertou em banir o até então “comandante” da CBF, porém tardou e deu a ele uma possibilidade de continuar no poder mesmo distante.

O dirigente que não podia e nem pode sair do Brasil, teve tempo de sobra para arquitetar e trabalhar o nome de seu sucessor no poder. Foi assim que Rogério Caboclo aliado de Del Nero ganhou a eleição e tomará posse em abril do ano que vem, seu mandato será até 2023. A novela que já foi vista por muita gente e inclusive pela Fifa, onde Ricardo Teixeira e José Maria Marin protagonizaram manobras para que perpetuassem no domínio absoluto de um poder onde o velho novo sempre consegue se safar ou gozar da presença de modo velado nos “bastidores”, foi feita por Del Nero.

Caboclo será uma espécie de “testa de ferro” para que a estrutura corrupta não seja quebrada, em outras palavras, a Fifa jogou para a torcida, fez o que deveria ter feito a muitos anos. Resta agora o rompimento do suporte que sustenta a força dos laços corruptos desses velhos novos nomes que continuarão governando com autoridade o esporte mais popular do mundo.

A supremacia desses senhores que com o passar do tempo ficam mais calejados e passam a adestrar seus colegas e aliados formando um elo que dificilmente é ofuscado, deveria ser examinado com mais exatidão tanto pela Fifa, como também pelos clubes brasileiros.

Enfim, é propício pensar que os clubes do Brasil são reféns da CBF ou então estão acomodados e seguros de que nada vai mudar mesmo a mudança partindo deles. E convenhamos, a entidade máxima do futebol não é tão capacitada assim para fazer cumprir a justiça quando nem mesmo ela possui um passado libado a ponto de determinar o que é ou não é errado e corrupto. Pelo menos se cria uma expectativa de que melhores dias virão, mesmo sabendo que a probabilidade de tudo isso ter sido apenas uma cortina de fumaça é grande.