Artistas solos, bandas e grupos musicais de Três Pontas e convidados de fora, cantaram em homenagem aos 80 anos de Milton Nascimento, na Praça Travessia, em frente a casa onde ele despertou para a música e se tornou referência no mundo

A cidade comemorou com música o aniversário do seu filho mais ilustre da música popular brasileira. A festa foi feita por quem conhece bem de perto, o talento deste cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro, reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos músicos da Música Popular Brasileira (MPB). São mais de 60 anos de carreira e o disco Clube da Esquina que completou 50 anos e foi escolhido o melhor álbum brasileiro de todos os tempos.

Os músicos trespontanos que formaram o Ânima Minas e tiveram a oportunidade de entoar as belas canções de Milton Nascimento pelos quatro cantos desse país, se uniram para nesta quarta-feira (26), celebrar seus 80 anos. Padrinho musical da maioria deles e inspirador para milhões de pessoas, subiram no placo, montado a poucos metros da casa onde ele viveu e foi criado pelos seus pais adotivos, Dona Lília Silva Campos e Josino Brito Campos. E não é por acaso que a praça tem o nome de um dos seus maiores sucesso da carreira – Travessia.

Moradores da praça assistiram as apresentações de camarote, das varandas e jardins de casa. Público ainda teve cadeiras disponíveis de frente ao palco. Fotos: Denis Pereira/Equipe Positiva

Não foi uma grande estrutura e muito menos um grande palco. Alguns degraus e o público já estava junto ao seu artista, que cantou, dançou e curtiu as apresentações da forma que queria. Poderia ser nas cadeiras disponibilizadas de frente ao palco, no jardim das casas, nas garagens das residências, nas varandas ou até assentados no chão. O acesso aos cantores foi tão liberado que tinha criança dançando no palco. Um choop geladinho estava sendo servido pela Cervejaria Senhorita. O importante foi que o evento alcançou seu objetivo de levar alegria para famílias inteiras, que puderam desfrutar em plena quarta-feira, de uma trilha sonora que nunca sai da cabeça e da memória das pessoas e serve como alimento para a alma.

As apresentações começaram ainda na luz do dia, as 18:00 horas. Após as 80 badaladas ouvidas no sistema de som da igreja Matriz Nossa Senhora D’Ajuda. Aos poucos a praça foi ficando movimentada. O público foi se juntando e o repertório sendo executado. Foram 30 canções, executadas por 17 bandas ou artistas solos. Todos que fizeram parte da turnê de Milton Nascimento, alguns tocaram mais outros menos, mas como muitos fizeram questão de falar, tiveram mais que um empurrão na carreira, mas o apoio daquele que viu nestes jovens o potencial de cada, coisa que Bituca sabe muito bem enxergar. Muitos depois que rodaram o Brasil em 2011, com a turnê do álbum “E a gente sonhando…”, se deslancharam e apresentam com orgulho no currículo, o sonho que é de muitos, cantar com Milton Nascimento.

Änïmä Minas relembrou as apresentações que fez junto com Bituca

Entre as artistas que vieram de fora, exclusivamente para este show estava Vilma Nascimento, direto de Salvador na Bahia. Acompanhada por Marco Elísio ao violão, ela interpretou Vevecos, canelas e panelas de Beto Guedes.

Paulo Francisco, o Tutuca, sobrinho de Wagner Tiso e afilhado de Milton Nascimento cantou com a sua turma da Banda Compasso Lunar. Ele no baixo e na voz, acompanhado de Clayton Prósperi (piano), Fernando Marchetti (bateria), Ismael Tiso (guitarra). Homenagear seu padrinho, foi um prazer imenso, ainda mais estando na praça que o homenageia, na frente da casa dele, lugar onde ele foi acolhido. Tutuca é testemunha do amor que os pais dele tinha por Milton, que foi fundamental para que ele tornasse o que ele é.

A banda Compasso Lunar (foto acima) surgiu durante a sua turnê de 2011. A turma já se conhecia, alguns são primos e juntar a galera toda que rodou o Brasil, segundo Tutuca, dá uma ‘quentura’ no peito, uma vontade enorme de continuar. Obviamente que eles todos gostariam que Milton estivesse presente, mas ele está com sua turnê “A Última Sessão de Música”, que marca a sua minha despedida dos palcos, mas não dá música.

Ele acrescenta que Três Pontas deve muito a música do Milton Nascimento, a família Tiso, porque transformaram a cidade em um polo musical conhecido mundialmente.

Isabela Morais confirmou no palco, que gostariam muito que Milton estivesse alí para vê-los, mas que é preciso respeitar as suas decisões e independente de tudo, é demonstrar o quanto os trespontanos o amam e o admiram. Lembrou que um dos grandes incentivadores para que este show acontecesse foi João Marcos Veiga.

Maria Dolores da Marolo Produções que lançou o projeto e Festival Música do Mundo foi referenciada pelo seu trabalho junto ao evento e também a Desalinho Produções. A realização foi da Associação Cultural de Três Pontas e Adjacências (ACTA) e apoio da Prefeitura de Três Pontas através da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Turismo. O prefeito Marcelo Chaves falou rapidamente durante o show. Parabenizou os artistas trespontanos. Primeiro por sempre estarem envolvidos nos eventos do Município e depois pela disponibilidade em homenagear Milton Nascimento, nesta data tão importante para a música do Brasil e o do mundo.

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