Fotos: Equipe Positiva

 

*Produtores terão que fazer higienização diária nos veículos que transportam os trabalhadores, fornecer máscaras e medir a temperatura

Denis Pereira – A Voz da Notícia

A safra de café começou em Três Pontas apenas em cerca de 5% das propriedades rurais, naquelas localidades onde se aplicam o maturador, que acelera o amadurecimento da planta. A colheita vai ganhar força e se intensificar mesmo a partir do próximo mês, quando a cidade começa a se movimentar em torno da apanha e a economia movimenta. Mesmo nesta situação adversa do novo Coronavírus, houve certa recuperação no preço e as condições do clima durante o ano foram favoráveis. A estimativa da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) se manteve, de acordo com a previsão divulgada no início do ano.  Três Pontas deve colher 626 mil sacas de café, sendo 31 por hectare, dos 18 mil que estão em produção este ano.

O engenheiro agrônomo da Emater Marcelo Tardioli, explica que o produtor terá que tomar cuidados a mais com a mão de obra, por causa da pandemia do Covid-19. Quem contrata é que precisa fornecer o EPI (Equipamento de Proteção Individual) aos colaboradores. Para o início da safra, não muda muitas coisas. O registro na carteira de trabalho é fundamental e obrigatório após o exame admissional. Cada município está tentando adotar os métodos a serem seguidos para evitar o contágio.

De acordo com o agrônomo, uma grande preocupação é quanto ao transporte deles. O veículo precisa ser higienizado todos os dias, antes de iniciar o trajeto entre a residência dos trabalhadores e a lavoura. É necessário fazer uma pulverização ou uma limpeza com o uso de hipoclorito de sódio.

Assim como as autoridades de saúde estão determinando para quem está na cidade, os trabalhadores rurais precisarão usar máscara que tem que ser disponibilizada pelo patrão. A recomendação é que se faça a aferição da temperatura dos safristas pelo menos uma vez por semana. Caso alguém esteja com febre, o indica é que eles não trabalhem e as pessoas acima dos 60 anos e com problemas respiratórios, que integram o grupo de risco não devem ser contratados. Se alguém ficar resfriado ou tiver algum sintoma que pode ser suspeita de Coronavírus, o colaborador não poderá continuar trabalhando e deve ser encaminhado ao sistema de saúde.

Uma orientação importante é que ao distribuir os trabalhadores devem manter distância uns dos outros, inclusive no momento da colheita. O indicado é que ao distribuir o serviço, haja um distanciamento de quatro “ruas”. Na hora das refeições é muito comum que os safristas se reunam para almoçar, mas é preciso lembrar que aglomerações são contra indicados. Ao iniciar as refeições, é necessário fazer a higienização das mãos com água e sabão e se possível utilizar o álcool em gel.

Usar de forma coletiva ou compartilhar ferramentas e equipamentos utilizados na colheita, como peneiras, lonas e sacarias nem pensar. De acordo com Marcelo Tardioli, cada um deve ter o seu e fazer a higienização deles com frequência, diminuindo o potencial de contágio do vírus. Os panos utilizados para colher os grãos devem ser lavados com água e sabão, colocados no sol para secar, antes de começar a colheita. Com uma bomba costal de 20 litros de água e 400 milímetros de água sanitária, que é facilmente encontrada em supermercados, deve-se pulverizar veículos, refeitórios e onde vai passar o café, carreta, secador, elevador, máquina de beneficiar colheitadeira no maquinário, para combater o Covid-19 e manter a qualidade do grão.

As condições de trabalho na colheita preocupam o Sindicato dos Trabalhadores Rurais que está orientando os trabalhadores a ficarem atentos. A lotação dos ônibus não deve ultrapassar os 60% da capacidade, para o distanciamento entre um e outro, como preconiza o Ministério da Saúde. Todos devem ir assentados, usando máscaras e com álcool em gel nas mãos. Apesar da safra ter começado em poucas fazendas, o Sindicato já está recebendo denúncias de superlotação nos veículos que fazem o transporte, o que é responsabilidade do empregador.

As orientações foram discutidas em reunião do Conselho de Desenvolvimento Sustentável de Três Pontas (CONDES) e uma cartilha será confeccionada. Tudo será formalizado e enviado para a Prefeitura, para que este momento tão importante para a economia de tantas famílias, não seja de dúvidas e risco à saúde destes trabalhadores trespontanos.

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