*Postos de saúde emitem a declaração para crianças que estão em dia com todas as vacinas, que é obrigatório na hora de matricular

Além dos documentos básicos, como certidão de nascimento e comprovante de endereço, os pais e responsáveis, agora, precisam apresentar uma Declaração emitida pelas Unidades Básicas de Saúde, que as crianças estão em dia com o cartão de vacinas, para fazer a matrícula e rematrícula, nos Centros Municipais de Educação Infantis (CMEI’s) e nas escolas municipais.

O cartão já era solicitado pelos profissionais das escolas, porém, muitos não levavam e não era possível certificar se os dados estavam atualizados. A enfermeira coordenadora do Programa de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde Lara Miranda da Silva (foto), a exigência que passa a ser feita em Três Pontas, já existe em vários estados. Foram muitas reuniões entre as secretarias de Saúde e Educação para chegar a esta conclusão. Inicialmente será cobrada na rede municipal para ingressar nas creches e nas escolas, para crianças de até 11 anos. Este é um projeto piloto, utilizando como base o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Nele está que é um direito das crianças, mas um dever dos pais levá-los para vacinar.

A Secretaria de Saúde criou um comprovante que demonstra que as crianças e adolescentes estão com as vacinas em dia. Quem não está nesta condição, precisa primeiro vacinar para conseguir pegar o documento e fazer a matrícula ou a rematrícula, que começaram a ser realizadas na última semana.

A procura por vacinas nos Postos de Saúde teve aumento imediato. A contra varicela, que tinha estoque para o mês inteiro acabou, mas já chegaram mais doses para atender a demanda.

Mesmo realizando campanhas, divulgando nos veículos de comunicação e nas escolas, fazendo visitas às famílias, telefonando avisando sobre a campanha e até batendo de porta em porta, ainda há os resistentes que não vacinam. A maioria dos pais são conscientes, sabem de suas responsabilidades, mas tem aqueles que são resistentes e não atendem ao chamado da Secretaria de Saúde. Em alguns casos é necessário até acionar o Conselho Tutelar.

Na opinião dela, o melhor lugar para conseguir imunizar é nas escolas. A partir desta iniciativa, Lara Miranda acredita que as metas determinadas pelo Ministério da Saúde serão alcançadas de forma mais rápido. As doses precisam ser aplicadas na idade e no tempo determinados e quanto mais há atraso, o objetivo deixa de ser alcançado como deveria.

A cobertura está dentro do esperado em Três Pontas este ano. Todas as metas foram atingidas, mas existe sempre um grupo que está em atraso ou que não vacina. O principal objetivo, segundo a coordenadora Lara Miranda, é conscientizar as mães, pais e responsáveis em manter o cartão de vacinas em dia. Ela chega em um momento em que algumas doenças estão retornando ao país. Como o sarampo, erradicado a 20 anos, mas que chegou a ter um surto, na região norte e nordeste,  uma doença que já fazia 20 anos. “O problema é que as pessoas vão se acomodando e se não vacinarem, a doença acaba voltando. Outro risco é da paralisia infantil erradicada a mais de 30 anos se  reintroduzir. As pessoas precisam entender que o vírus não vai embora, ele continua aqui e aparece se tiver alguém exposto”, alertou a enfermeira.

O vereador Luis Carlos da Silva (PPS) está confeccionando um projeto de lei, que vai tornar a exigência em lei. A proposta está no setor jurídico e deve ser protocolado nos próximos dias na Câmara Municipal.