OPERAÇÃO “CHARGEBACK” Dois homens foram presos e são suspeitos de integrar quadrilha de estelionatários, cujo cada membro tem missão definida na ação fraudulenta

Dois homens foram presos na cidade de Limeira (SP) e pelo menos mais 4 foram identificados e são suspeitos de integrar uma quadrilha de estelionatários que aplicou golpes em uma loja de implementos agrícolas, em Três Pontas. A equipe de investigadores com o apoio das polícias de São Paulo, conseguiu evitar um prejuízo de R$335 mil, que o estabelecimento teria, caso a negociação fraudulenta fosse concluída.

De acordo com o delegado Dr. Gustavo Gomes, o que foi apurado até agora nas investigações, os criminosos faziam contato na empresa para adquirir diversas peças e produtos. A empresa, então, emitia a ordem de pagamento e os supostos clientes efetuavam o pagamento com cartões de crédito criados por eles a partir de dados de pessoas que não tinham nada a ver com a negociação. Com autorização das empresas bancárias, a mercadoria era faturada e disponibilizada para retirada. “A contabilidade da empresa desconfiou da forma como eram adquiridos os maquinários com valores altos e o pagamento eram feitos de forma virtual por várias pessoas, com CPF’s distintos. Com a suspeita, a Polícia Civil iniciou as investigações que já apontaram que os pagamentos eram feitos com cartões clonados, depois deles criarem documentos falsos para efetuar as compras”, explicou o delegado.

Foram feitas quatro retiradas, sempre com a contratação de transportadoras e de empresas de guinchos da região, que faziam o encaminhamento até um determinado ponto. Para dificultar a investigação, eles baldeavam a carga para outros caminhões. Porém, o esquema fraudulento começou a ser descoberto. Na última retirada do maquinário, no dia quinta-feira da semana passada, dia 05 de maio, quando já recaia a suspeita de fraude, a carga foi monitorada pela equipe de investigadores da Delegacia de Três Pontas.

De acordo com o investigador Rodrigo Silva, esta carga, saiu de Três Pontas, permaneceu em Santo André (SP) por uma noite, foi descarregada em uma transportadora em Embu das Artes (SP) no dia seguinte e ficou por mais um dia. Foi carregada depois em outro caminhão que no outro dia. Antes de iniciar viagem para o interior do estado de São Paulo, ficou parado até esta terça-feira (10), na região do Campo Limpo também no estado paulista.

Fotos: Divulgação Polícia Civil

No período da manhã, com apoio da equipe do Departamento de Operações Estratégicas  (DOPE/GARRA) da Polícia Civil de São Paulo, que atua fortemente armada nesta região por  ter um alto índice de criminalidade, a equipe de Três Pontas cumpriu dois mandados de busca e apreensão em endereços onde as cargas poderiam estar, mas não estavam. Porém, a investigação avançou e a noite, já com o apoio da Polícia Militar Rodoviária de São Paulo, o caminhão foi interceptado em um posto de combustíveis na cidade de Limeira (SP).

As equipes encontraram no caminhão não só a carga da última retirada, como quase a totalidade das compras fraudulentas realizadas anteriormente. O maquinário recuperado representa mais de R$300 mil, do total de R$335 mil. Caso a polícia não agisse com rapidez isto seria revendido. Os dois rapazes que estavam no caminhão foram presos e encaminhados à Delegacia de Limeira.

As investigações seguem avançadas na Delegacia de Três Pontas para a identificação dos demais membros e a desarticulação desta organização criminosa especializada na aquisição de implementos agrícolas com cartões fraudulentos. A vocação agrícola que o Município tem, é sede de grandes empresas do ramo, movimenta um volume alto na comercialização de implementos e fertilizantes, acaba atraindo os olhos de quem quer aproveitar disso de forma criminosa.

Dr. Gustavo acredita que não haja a participação de trespontanos autores nestes golpes, até mesmo porque isto poderia facilitar a atuação policial, mas admite que a quadrilha tenha braços e membros de outros estados brasileiros. Além da empresa se tornar vítima, há também as pessoas que tiveram os dados roubados e que ao descobrir a compra, certamente iriam pedir o ressarcimento. Nem todos que faziam o transporte fazem parte do esquema, pois tem empresas idôneas que faziam o translado sem saber que estavam levando algo que é instrumento de crime.

A Operação recebeu o nome de “Chargeback”, nome dado à operação, é uma ferramenta utilizado no sistema financeiro quando o titular do cartão contesta alguma cobrança e solicita a devolução do valor. A tradução de chargeback para o português seria algo como
“reversão de pagamentos”.

Investigadores fizeram buscas minuciosas nos alvos, onde foram cumpridos os mandados expedidos pela Justiça

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