Você consegue enxergar como Três Pontas estará em 2030? É difícil não é mesmo? Porém, é possível planejar como ela esteja, independente de qualquer coisa que vá acontecer, da profissão que exercemos, daqueles que estarão governando a cidade, das transformações que vão ocorrer daqui a menos de uma década.

O Sebrae está montando um Plano de Desenvolvimento para o município, chamado Três Pontas 2030, alinhando as intenções de qual cidade os moradores querem. Por isto, está sendo feito uma pesquisa e reuniões, com empresários, comerciantes e com as forças econômicas, inclusive a Prefeitura. O prefeito Marcelo Chaves participou de um dos encontros durante esta semana e está motivado em dar a sua contribuição para construir um futuro que seja planejado desde já.

A ideia é que o município tenha um projeto e a gestão pública passe a ser o seu executor. De acordo com o Consultor de Desenvolvimento contratado pelo Sebrae, Rafael Lucchesi Gomes, ao invés do prefeito ter seu projeto de mandato, o objetivo é que o município tenha o seu e o gestor que seja eleito o execute, fazendo assim uma gestão compartilhada. Assim, o Conselho de Desenvolvimento Sustentável de Três Pontas (Condes), que inspira a melhores práticas na cidade, esteja ainda mais presente na vida das pessoas. As localidades que estão assim alinhadas, tem chamado a atenção das demais, como Maringá, no Paraná, a grande inspiração do Brasil. Em meados da década de 90, já foi feito um projeto, pela sociedade civil organizada e a classe empresarial, pensando em 2020. Os candidatos olharam para o projeto e compraram a ideia. Aqueles que apresentaram a melhor proposta de tocar o projeto foi que ganharam a oportunidade de estar a frente das prefeituras. A partir daí, eles se vacinaram contra a descontinuidade administrativa, um dos grandes problemas da gestão pública. No caso das pessoas, é preciso desmistificar a ideia de que basta votar e resolveu. “Depois que você vota, é preciso continuar participando e ajudando, todo mundo de mãos dadas, o tempo todo. Todos juntos com os prefeitos que foram escolhidos”, acrescentou o consultor.

O analista técnico do Sebrae de Varginha, Francisco de Paula Vitor Campos Corrêa ( foto), que cuida da microrregião de 17 cidades, revelou que identificou que Três Pontas está como pouquíssimas e raras cidades preparada para isso e dela pode inspirar a região neste projeto. É feito um trabalho de articulação com a sociedade civil. Cerca de 30 pessoas foram convidadas voluntariamente e os especialistas do Sebrae perceberam o interesse da própria sociedade civil, alguns órgãos públicos e empresas privadas. O engajamento que o serviço faz, dá direção ao trabalho, demonstra a capacidade que existe aqui e mostra que estão em um território cheio de oportunidades, com pessoas para plantar e colher os bons frutos.

A metodologia aplicada é a de ouvir os atores, principalmente as empresas que estão vocacionadas a contribuir para a cidade, que estão aqui há um bom tempo, como as cooperativas de crédito, produtivas, entidades que representam sindicatos ou associações e todos aqueles que representam alguma classe. O trabalho é levantar informações de como os atores percebem Três Pontas em 2030 e obviamente como elas podem contribuir e se já existe um horizonte.

Foi aberto o convite, através de um link digital lançado aqui na microrregião que se chama “Cidades que Inspiraram’. A proposta é que Três Pontas se transforme em um ‘case’ até em Minas. Há dois anos, o prefeito Marcelo Chaves foi a Maringá e, a proposta é fazer com que agora, o Paraná venha em Minas Gerais, tendo Três Pontas como referência em desenvolvimento econômico.

Quando a gente fala em 2030, explica Rafael Lucchesi, existem razões para isto. Primeiro é para romper a questão política, pois quando se fala 2021/2024, logo se pensa em um projeto para aquele prefeito ou prefeita. Segundo, o projeto de desenvolvimento de uma região se desenvolve entre médio e longo prazo. “As boas práticas mostram que a gente tem que pensar pelo menos a 10 anos, porque tudo que a gente pensa agora gera impacto daqui 5, 10 anos. Por isso, é preciso direcionar, porque o futuro é imprevisível, mas você pode construí-lo. Então, o que a gente está querendo fazer é construir o futuro de uma visão coletiva da cidade, pegando as lideranças que estão à frente das entidades importantes, para sabermos qual é a visão que eles tem para 2030”, detalhou o especialista. Na visão dele, é preciso buscar o alinhamento de cada um, para cada um trabalhar com a percepção do que a cidade precisa, mas de forma alinhada, integrada e com sinergia. Colhendo as visões das pessoas e colocando-as para discutirem em conjunto, é possível definir prioridades, porque cada setor, entidade ou seguimento, tem a sua necessidade número 1, mas é preciso analisar a prioridade da cidade, para obter um resultado coletivo.

Para Lucchesi, isto é ótimo para a gestão pública, que pode seguir as decisões, com base na capacidade da inteligência coletiva. Além do que, tira a responsabilidade de uma só pessoa, no caso o gestor, aumenta a força e a pressão e a possibilidade de se chegar onde quer, justamente o que acontece em Maringá; em Bonito no Matogrosso do Sul, que é o principal destino de ecoturismo da América Latina; Capitólio em Minas Gerais, que se tornou destino turístico pelas suas belezas naturais sendo exploradas, Gramado no Rio Grande do Sul opção dos casais para a lua de mel. O desejo dele, que percorre o Brasil inteiro, é que Três Pontas se inspire nos bons exemplos, pois é uma cidade que tem muito potencial. “É difícil você achar uma região com tanta pujança econômica igual esta região. Tem tudo para dar certo, temos recursos, pessoas engajadas e inteligentes querendo fazer um trabalho em conjunto. Então para dar certo agora é só uma questão de tempo”, garantiu o consultor Rafael Lucchesi.

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