A Polícia Civil prendeu na manhã desta segunda-feira (29), no bairro Cidade Jardim em Três Pontas, um rapaz de 29 anos, acusado de estuprar duas jovens e de tentar abusar de uma terceira, menor de idade.

Os crimes ocorreram entre fevereiro e março deste ano. A polícia tratou o caso com prioridade e após duas semanas de investigações, conseguiu um mandado de prisão preventiva contra o rapaz, que atraia suas vítimas em conversas pelas redes sociais através de perfis falsos. As vítimas tinham entre 17 e 27 anos e foram enganadas ao irem ao seu encontro. Ele se passava por suposto irmão que iria levá-las até ele e depois de estarem com ela, as obrigava a fazer sexo oral. As vítimas que denunciaram o caso até agora tem um único perfil – são jovens e negras.

Os policiais chegaram cedo na casa do rapaz, onde ele mora com a família, que ficou surpresa com as acusações. Eles apreenderam o aparelho celular dele e durante as buscas encontraram revistas de conteúdo sexual, 5 pássaros da fauna silvestre e uma maritaca. A Polícia Militar do Meio Ambiente foi acionada e o acusado recebeu uma multa de R$23 mil.

Ele foi encaminhado a Delegacia de Polícia Civil, onde prestou depoimento. Segundo o delegado Dr. Gustavo Gomes, ao ser ouvido, ele admitiu ter perfis fakes desde o ano passado, em nome de Lucas Silva e Rodrigo Lourenço, mas negou qualquer tipo de crime. Ele foi levado para a Delegacia de Polícia Civil de plantão de Varginha e depois será encaminhado ao Presídio de Elói Mendes. Se for condenado ele pode pegar uma pena que varia de 6 a 10 anos, que pode ser agravada entre 8 e 12 anos, pelo estupro da menor.

O delegado não tem dúvidas que outras vítimas irão aparecer e pede que elas devem procurar a Delegacia, que terão sigiloso absoluto e segurança. “Isto é importante para que a gente possa fazer com que ele responda por todos os crimes que cometeu”.

Divulgação foi negada pela justiça

Ele foi preso e vai para o Presídio de Elói Mendes. Fotos: Equipe Positiva

A Polícia Civil solicitou à justiça que a imagem do rosto do investigado fosse divulgada pela imprensa, pois acredita na existência de outras vítimas, que ainda não denunciaram o abuso procurem a polícia, porém, o pedido foi negado.

Na decisão, consta que a divulgação de imagens do rapaz infrigiria o direito da proteção da imagem e honra dele, mas neste momento a justiça considera prematuro, apesar das vítimas terem reconhecido o acusado. A justiça também entendeu que a divulgação do modo dele agir, omitindo seu nome e sua foto, nos meios de comunicação já é suficiente, preservando assim, os direitos do investigado que ainda não podem ser retirados.

Conheça as acusações contra o estuprador

O primeiro caso investigado foi uma tentativa de estupro em maio do ano passado, mas denunciado apenas em meados de fevereiro deste ano. A vítima, uma adolescente de 17 anos, manteve contato com o rapaz durante cerca de dois meses. Os dois começaram a conversar pela internet, no facebook e depois pelo whatsapp. Com o avançar das conversas, eles marcaram um encontro. O rapaz disse que o seu irmão iria levá-la até onde ele estaria para se encontrarem. Eles marcaram na Praça do Centenário, as 20 h. Seu suposto irmão, chegou e os dois saíram de lá caminhando até o bairro Cidade Jardim. Porém, próximo de um loteamento, o suspeito revelou ser ele que teria marcado o encontro e começou a apertar o braço da adolescente. Ela pediu para ir embora, mas ele não permitiu e começou a ameaçá-la. Falou que não havia ninguém ali para lhe ajudar. O rapaz conseguiu levar ela até a residência onde ele mora. Dentro da casa, ela a jogou em cima da cama, tentou beijá-la e tirar sua roupa e ela começou a gritar por socorro. Com medo dos vizinhos escutarem, ele resolveu soltá-la, mas mandou que não falasse nada a ninguém. O crime foi no final do mês de maio do ano passado.

No segundo caso, em 1º de fevereiro, uma jovem de 19 anos, foi chamada para conversar no Messenger e a convidou para sair e eles marcaram um encontro no “Escadão” que dá acesso ao bairro Cruzeiro. Ela encontrou com o rapaz que também se apresentou como irmão do seu pretendente. Eles seguiram adiante e quando chegaram em uma estrada de terra bastante escura, ele agarrou, a enforcou e a ameaçou de morte para que ela não gritasse, durante pelo menos uma hora. O acusado forçou que a vítima fizesse sexo oral nele e depois iria mandar ela embora. Ainda sem entender sua intenção, a jovem falou que ele poderia levar suas coisas, mas o acusado disse que não queria roubá-la, que sabia da sua rotina e caso contasse para alguém iria matá-la. O rapaz a estuprou e depois a soltou.

A outra vítima do estuprador tem 27 anos e o crime foi cometido 21 dias depois. Eles começaram a conversar também pelo facebook e depois trocaram contatos telefônicos. Em fevereiro, eles combinaram de se encontrar no bairro Aristides Vieira por volta de 23 h. O rapaz apareceu e estava em um carro. A moça entrou, eles começaram a conversar e ele seguiu em direção a “Capadócia” e revelou ser ele o rapaz da internet. Ela então pediu que deixasse a ir embora, mas ele não permitiu, dizendo que deixaria ir depois fizesse sexo oral nele. A vítima começou a gritar, mas ele tampou sua boca. Ela foi obrigada a fazer sexo oral nele. A vítima até conseguiu sair do carro, mas o suspeito saiu em seguida, a agarrou e a jogou no chão. Os dois brigaram, mas o rapaz ainda conseguiu que ela entrasse dentro do carro. Antes deles saírem, ele pegou o celular e excluiu a conversa que eles tiveram. Depois dela suplicar para ir embora, o acusado a deixou em uma rua próxima e antes fez novas ameaças, de que sabia onde ela mora e trabalha e caso avisasse a polícia, iria matá-la.

Quando as vítimas foram chamadas para prestar depoimento na Delegacia de Polícia Civil, foram apresentadas várias fotos de pessoas suspeitas e todas as três, categoricamente e de forma unânimes, afirmaram com certeza que era o criminoso e se tratava da mesma pessoa.

 

Ameaça, agressão, importunação sexual e estupro estão na ficha do investigado

O acusado já tem uma extensa ficha criminal, com passagens por ameaça, agressão, importunação sexual e estupro, apesar dele dizer que nunca foi preso. A ameaça foi contra a sua própria mãe em 2019. Durante uma discussão ele pegou um violão dela e quebrou ao jogar no chão.

Em 2018, uma outra mulher registrou na polícia, que estava sendo chantageada pois se negava a manter relações sexuais e amorosas com ele. O investigado ameaçou que tinha conseguido de um amigo, conversas e fotos íntimas dela e caso não saísse com ele, iria espalhar o conteúdo na internet.

Em 2017, uma mulher chamou a Polícia Militar, depois que o suspeito pulou o muro da sua casa, fez ameaças porque ela se recusava a se relacionar com ele. A Polícia Militar foi chamada, mas ele fugiu antes.

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