*Polícia Civil promoveu este encontro na véspera do Dia das Mães, no bairro Aristides Vieira. Casal não sabia que a filha iria chegar

Uma família que durante 34 anos, viveu a esperança de encontrar uma filha, Neuza Maria de Sousa Silva. A procura foi enorme, Seu Jazon Farias de Sousa procurou até por programas de televisão que promovem o reencontro de pessoas que não se veem. Teve resposta que a demanda era muito grande e acabou que o trespontano não foi atendido. Até que a poucos dias, quando a sobrinha de ‘Seu’ Jazon e da dona Hélia Maria das Dores Silva Sousa, Graziela Brízida, encontrou com os investigadores da 15ª Delegacia de Polícia Civil e pediu ajuda. O encontro foi por acaso, durante a investigação de um crime que gerou repercussão na região.

De acordo com o inspetor Gustavo Domingos, um dos investigadores foi até um estabelecimento comercial, verificar imagens de um circuito de segurança e lá uma funcionária pediu a colaboração. Sérgio Máximo levou esta proposta de encontrar uma pessoa desaparecida, já sabendo a enorme dificuldade que enfrentariam. E talvez fosse justamente isto que a equipe se sensibilizou tanto com esta história que não faltou empenho para mais uma vez fazer um final feliz.

Neuza deixou a família por questões pessoais quando tinha apenas 13 anos idade, nunca mais retornou a cidade, não dizendo nem mesmo pra onde iria. Enviou uma carta para os familiares no ano de 1991, se desculpando por fatos passados e dizendo que estava bem, em Taquarana em Alagoas. Porém, os pais que moravam na extinta Usina Boa Vista se mudaram e as cartas acabaram retornando. Depois disso, nunca mais teve contato com ninguém da família. Neuza havia se casado e foi morar em São Paulo. De família bastante humilde, os pais de Neuza já chegaram a pensar que a filha havia falecido, mas não perderam a esperança. Quando o pai pensou que a filha estava ainda em Alagoas foi até lá e colocou cartaz com a foto dela, mas não sabia que ela já estava na capital paulista.

Os investigadores iniciaram uma varredura nos quatro sistemas abertos e fechados da Polícia Civil, usando inclusive as redes sociais e bancos de dados, até mesmo em sistema de registro de óbitos. Tudo isso apenas com o nome e sobrenome de Neuza Maria de Sousa.

A primeira descoberta foi que ela tinha uma carteira de trabalho, bastante antiga, mas que não estava mais no banco de dados. Não ajudou muito mas eles não desistiram. Detectaram que havia muitos homônimos de Neuza, mas encontraram um nome com a idade exata de Neuza, mas que havia um outro sobrenome bastante comum – Silva – nome que ela adotou de casado, e sendo o mesmo nome da sua mãe Hélia. “Nós não tínhamos atuado neste tipo de caso, mas isso não impediu que nos empenhássemos diante da família que estava bastante apreensiva”, afirma o investigador Sérgio Máximo.

Diante destas informações, com os dados em mãos, eles procuraram o endereço onde a filha possivelmente estivesse residindo ou pelo menos tenha morado ou até mesmo um número de telefone, mas o terminal não estava chamando, possivelmente o chip já havia sido cancelado. O endereço era de uma casa, no bairro Jardim Nova Conquista, zona leste, periferia de São Paulo (SP).

A sobrinha Graziela que fez o pedido fez contato com a polícia falou com Neuza e diante de uma família antiga dela não teve dúvida que havia encontrado a tia. A partir daí, tudo foi tratado com sigilo para que Dona Hélia fosse surpreendida com a sua chegada. Ela não avisou que viria agora para Três Pontas.

Durante a tarde deste sábado (08), véspera do Dia das Mães, em um momento em que a distância entre as pessoas está mais evidente e os encontros estão sendo virtuais, por causa da pandemia, este é um caso a parte, excepcional e nada estava combinado. Gustavo Domingos justifica que os fatos foram acontecendo durante a semana e a coincidência é inclusive com a data que este encontro ocorreu.

Neuza com 44 anos chegou por volta de três da tarde, acompanhada do marido e a filha de 4 anos para o grande reencontro. No Terminal Rodoviário era esperada por alguns dos familiares, a Polícia Civil e a Equipe Positiva, que com exclusividade registrou este reencontro. Acanhada, Neuza disse que estava ansiosa, fez uma boa viagem e estava com o coração disparado e muito feliz por voltar à Três Pontas. Ela deixou em São Paulo o filho mais velho, de 25 anos de idade, que trabalha no Corpo de Bombeiros.

Neuza foi levada juntamente com Graziela na viatura da polícia. Quando estavam chegando na Rua Rolando Girardelli, no bairro Aristides Vieira, os policiais ligaram a sirene. O barulho chamou a atenção dos moradores que saíram para fora de casa para ver o que estava ocorrendo. Não era o que imaginavam e todo mundo ficou surpreso. Principalmente os pais de Jazon e Dona Hélia. Eles tomaram um susto quando viram a viatura fazendo barulho na porta de sua casa. Seu Jazon foi quem mais demonstrou a felicidade em reencontrar a filha, pediu desculpas e abraçou a filha junto aos familiares dela. O povo que estava na rua os aplaudiram e muita gente chorou junto ao ver que a felicidade estava completa para este Dia das Mães. Quando Jazon quando soube da filha em São Paulo, queria pegar seu carro, que ele diz ser velho e ir até lá, mas não consegue dirigir tanto.

Ele terminou agradecendo aos policiais civis, fez questão de tirar uma foto para registrar um dos momentos mais felizes de sua vida.

Atuação da Polícia Civil

A Polícia Civil tem uma Delegacia Especializada em Pessoas Desaparecidas, vinculada ao Departamento de Homicídios em Belo Horizonte. De acordo com o escrivão Sthefany Assunção, esta Delegacia atua no Estado inteiro, mas as investigações regionais são realizadas por Delegacias de área que atua em vários setores. É o caso do desaparecimento do senhor Valdivino Miguel Correia, no domingo passado, dia 02, em que a equipe está atuando nas buscas e realizando uma investigação. Ele reforça que a Polícia Civil trabalha com informações da população para apurar toda e qualquer situação e em Três Pontas, a participação dos moradores é sempre muito ativa.

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