Os investigadores João Paulo, Guilherme, Gustavo (inspetor), Sérgio e Rodrigo

 

*Em oito ocorrências dos mais variados golpes registrados em setembro, somente pela Polícia Civil, criminosos causaram prejuízo de mais de R$158 mil

Consagrado como o popular ‘171’, referência ao artigo que o define no Código Penal brasileiro, o estelionato consiste em “obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento”. A Polícia Civil de Três Pontas está preocupada com o crescimento no número de casos registrados na cidade e faz um alerta já que os criminosos criam novas modalidades, se modernizam e possuem uma lábia, que realmente levam as pessoas ao erro e muitas vezes se tornam vítimas sem perceberem.

De acordo com o inspetor da Polícia Civil Gustavo Domingos, as pessoas se tornam vítimas ao acreditarem em propostas mirabolantes e acabam perdendo um volume alto de dinheiro. Números divulgados pela polícia apontam que em apenas 8 registros de várias modalidades foram R$158.948,00. Segundo o investigador Guilherme Rodrigues, se fizer um levamento mais detalhado de casos nos últimos meses o rombo vai ser ainda maior. Por isso, o pedido reiterado da Polícia Civil, é que a sociedade precisa tomar mais cuidado e se preservar. Para demonstrar a potencialidade desta ação criminosa, só uma dessas vítimas perdeu R$72,2 mil, ao ter o whatsapp clonado. Todas ferramentas utilizadas pelas pessoas no mundo moderno, como telefone, facebook, whatsapp e sites de vendas, são chamariz à criminalidade.

Toda a equipe de investigadores tem se empenhado ao máximo para apurar todos os crimes, mas dada a grande incidência isto vai ficar difícil. O investigador Rodrigo Silva, acrescenta que estas são organizações criminosas que agem no Brasil inteiro, tem núcleos montados nos chamados escritórios do crime, são organizados. Ele revela que existe uma dificuldade enorme em identificar e encontrar os bandidos.

Clonagem do whatsapp 

O crime cibernético é dificil de ser investigado, dado a volatilidade dos dados, por isto é preciso agir muito rápido. Um dos casos que mais chamou a atenção da polícia, foi a clonagem do aplicativo de mensagens whatsapp. Um criminoso se passou por um irmão da vítima, mandou um whatsapp e disse que havia trocado o número do seu celular. Eles começaram a conversar e o criminoso começou a agir. Ele informou que estava precisando de alguns empréstimos em dinheiro. A vítima então pensando que estava ajudando um irmão, acabou emprestando o montante de R$70 mil, paga em parcelas. Só depois é que descobriu que havia caido em um golpe.

Rodrigo Silva explica que faltou a vítima saber se de fato era seu irmão. Quando a pessoa solicita uma ajuda financeira, a primeira coisa a fazer, é realizar um contato telefônico com esta pessoa. “Se por acaso não reconhecer a voz do familiar, amigo ou conhecido, vá até ele pessoalmente e certifique que a situação é verídica”.

As investigações apontaram que o dinheiro foi parar em três lugares diferentes – em Goiânia Goiás, em Cuiabá no Mato Grosso e João Pessoa na Paraíba. A Polícia Civil de Três Pontas fez contato com as policias destas localidades. Os delegados e investigadores destas localidaddes já se colocaram a disposição para colaborar na identificação dos estelionatários. Outra dificuldade, é quando a modalidade envolve transferência bancária, já que o juiz que analisa o caso é da cidade onde o crime foi cometido. O delegado de Três Pontas, Dr. Gustavo Gomes tenta pelo menos uma medida cautelar na tentativa de bloquear a conta onde foi feita a transferência, encaminhando às Comarcas, solicitando a autorização judiciária de cada município. Depois, posteriormente o traballho é elucidar os fatos, identificar e provar a autoria. Nestes casos, a primeira atitude a ser tomada é fazer contato com o gerente da agência bancária e depois registrar um boletim de ocorrência, nas polícias Civil ou Militar.

Golpe da venda de carro pelo OLX

Golpes praticados por meio de anúncios de veículos à venda nas páginas do site OLX, também está na lista de crimes. O investigador Sérgio Máximo que esteve a frente da apuração do caso, narrou que o estelionatário age como um intermediador, entre o vendedor e o comprador e assume as negociações, com uma artimanha. O vendedor não tem contato com o comprador interessado na venda do veículo. Ele replica o anúncio com o valor bem abaixo do mercado, o que atrai compradores. O vendedor chega até a assinar o documento da venda do automóvel. Somente depois que o depósito bancário é realizado, que o cliente/vítima percebe que é golpe. É importante salientar, que existem a situação em que o veículo está muito bem abaixo, mas em outros o preço é de mercado. O estelionatário chega a encontrar pessoalmente com o comprador e o vendedor. Ele se passa por familiar dos dois e orienta ambos, separadamente a não comentarem sobre o preço, enganando a ambos. “Desconfiem de tudo, façam o máximo de perguntas e qualquer dúvida realize uma consulta no site do Detran-MG”, alertou.

Golpe do carro quebrado

Ao ver um familiar em apuros, geralmente um sobrinho, com o veículo quebrado em uma rodovia vindo para a sua casa, as pessoas se tornam vítimas de crime e perdem dinheiro. A pessoa recebe uma ligação se passando por um familiar e diz que está com  o carro quebrado na estrada e que precisa de dinheiro para pagar um guincho ou um mecânico. Outras vezes pedem crédito de celular, para falar com a seguradora ou outros parentes. A vítima realiza um depósito bancário ou coloca os créditos em um número. No desejo de ajudar, acabando se tornando vítima.

A orientação do investigador Rodrigo Silva, neste caso é necessário que a pessoa, antes de tomar qualquer decisão, se acalme, e cheque as informações. Confira se o número do telefone de que recebeu a ligação é o mesmo do parente. Por mais que ele diga que precisa do crédito ou do dinheiro rápido, entre em contato com os familiares mais próximos para saber se realmente a situação tem possibilidade de ser real, são maneiras de evitar cair no golpe.

Desempréstimo

Quem precisa de dinheiro, não pode pagar 4,5 ou até mais parcelas de um empréstimo antes de receber o dinheiro. Esta é uma prática que está se tornando comum e já houve situações que a vítima pagou antecipadamente quase o valor total que tomaria de empréstimo.

As pessoas que estão precisando de dinheiro, fazem o cadastro na internet, fornecendo todos os dados pessoais. Muitas organizações criminosas, usam o logo de instituições financeiras sérias, com plataformas clonadas, onde eles oferecem o empréstimo, inclusive para pessoas que estão com o nome negativado. Estas supostas “empresas” geralmente são de São Paulo e costumam solicitar informações pelo whatsapp. O estelionatário com sua astúcia maldosa, faz com que a vítima caia a erro e comece a pagar antecipadamente.

Prêmio pelo SMS

Um golpe novo, que começou a ser aplicado recentemente é a oferta de um prêmio, que chega por mensagens de celular, as vezes em nome de empresas famosas e muito conhecidas, relata o investigador João Paulo de Oliveira. A vítima recebe um código no seu aparelho. Em seguida alguém liga solicitando o número dizendo que foi contemplado com um prêmio. Para isto, basta informar o código enviado. Ao informar, a vítima não sabe, mas seu aparelho está sendo clonado e vão usurpar seus dados pessoais. Com as informações pessoais, eles utilizam delas para as mais variadas ações delituosas. Quando a mensagem chega através de e-mails, links que são enviados capturam informações e senhas de computador e ou celular.

Clonagem do whatsapp

Até o aplicativo de mensagem, o whatsapp está sendo clonado. Uma dica importante da Polícia Civil para evitar. Abra o aplicativo, clique em configurações, depois escolha a opção segurança e depois verificação em duas etapas. Se a pessoa colocar a senha e não passá-la a ninguém, o fraudador não conseguirá clonar o seu aplicativo. Isto é básico, mas extremamente importante. Quando o “zap” é clonado, criminosos usam para aplicar golpes em outras pessoas, mas não é todo o aparelho que está clonado e apenas o whatsapp.

Bilhete premiado é dos golpes mais antigos 

Um dos golpes mais antigos é o do bilhete premiado. Apesar de estar sempre sendo divulgado, o número de vítimas não para de crescer. É que as pessoas são atraídas pelo montante de dinheiro que o estelionatário oferece. Porém, em contrapartida, ela para ser beneficiada com uma quantia milionária de um bilhete premiado, de R$100 mil, R$200 mil, tem que pagar uma certa quantia. As pessoas, geralmente idosas, ficam frustadas ao saberem que aquele sonho que estava prestes a ser realizado, se tornou um pesadelo e que elas foram enganadas.

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