Foto: Arquivo EP

*Adequação iniciará no setor de enfermagem, mas outros desligamentos irão acontecer

Com pesar, o Provedor da Santa Casa de Misericórdia do Hospital São Francisco de Assis Michel Renan Simão Castro anunciou em entrevista coletiva que terá que demitir funcionários. As demissões fazem parte de uma série de medidas que estão sendo adotadas para equacionar gastos e receitas.

Nesta terça-feira (1º), 25 profissionais da área de enfermagem que estão voltando de férias estão sendo desligados. De acordo com a Provedoria, este ajuste proporcionará uma economia mensal na folha de pagamento de aproximadamente R$85 mil. A expectativa é que quando a situação melhorar e a entidade conseguir ampliar os serviços e implantar novas especialidades, é que estas pessoas sejam recontratadas.

Ao todo, aproximadamente 50 colaboradores de várias áreas, serão desligados, inclusive do setor administrativo do Hospital, mas serão feitas de forma prudente, sem comprometer o atendimento aos pacientes e com a certeza de que haverá dinheiro suficiente para arcar com os acertos trabalhistas.

É que as administrações anteriores da Santa Casa não recolheram o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) dos funcionários. A intenção é parcelar o pagamento dos acertos das rescisões, respeitando todo o período trabalhado, mesmo que ultrapasse os cinco anos considerados pela Lei, e ainda o FGTS não captado pelos ex-gestores. Michel explicou que no caso das demissões prevalecem os últimos cinco anos, no entanto, a fim de evitar danos financeiros aos trabalhadores, com a negociação todos os anos serão pagos de forma parcelada. Quando concluir todas as demissões que pretende fazer, a diretoria prevê que irá economizar em torno de R$150 mil por mês.

Em nota enviada à Equipe Positiva, a direção da Santa Casa de Misericórdia explica que “não houve influência política, tão pouco da diretoria nas adequações. Todas foram feitas de maneira técnica pelos responsáveis pelos setores. A diretoria agradece a todos estes colaboradores que prestaram serviços à Santa Casa e em outra oportunidade, após os ajustes das contas, caso eles estiverem disponíveis poderão serem recontratados”, afirma a diretoria.

Déficit mensal já caiu, mas meta é zerar

Desde que assumiu a provedoria Michel revela que ações para conter as despesas estão sendo tomadas diariamente. Linhas de celulares e serviço de transporte que eram usados inadequadamente foram cortados. Na Farmácia houve adequação na compra de medicamentos que geram uma economia mensal significante. A diretoria fez ajustes no parcelamento das contas de energia da Cemig e nos tributos gerais que com o passar dos anos poderão gerar uma economia de R$2 milhões.

Alguns projetos estão em sendo tratados também com prioridade, como a terceirização de todas as áreas de estacionamento. A Santa Casa conheceu um projeto desenvolvido pela Universidade Federal de Lavras (Ufla) para a economia de energia; entre outras ações que visa recuperar a saúde financeira da Santa Casa.

E os resultados de uma gestão saudável é que a direção já conseguiu diminuir e quatro meses o déficit mensal, que era de R$500 mil para R$300 mil mês. A meta é zerar a partir de fevereiro de 2018.

Mas, Michel Renan reafirmou que a situação da Santa Casa é grave, a dívida ainda é de R$19 milhões e nenhum recurso que o Governo do Estado deve ao Hospital de Três Pontas foi liberado.