O Ministério da Saúde divulgou um comunicado alertando pais, mães e responsáveis que vão viajar com seus filhos de seis meses a menores de um ano de idade para 39 cidades dos estados de São Paulo, Pará ou Rio de Janeiro, onde há surto ativo do sarampo, para que vacinem seus filhos.

A Secretaria Municipal de Saúde de Três Pontas, informou que a vacina contra o sarampo é de rotina. A primeira dose deve ser feita a partir de um ano de idade. Porém, com este surto, a recomendação é adiantar e quem for viajar, precisa se imunizar pelo menos 15 dias antes. Além dos menores, os adultos precisam se prevenir. Até 29 anos, é preciso ter duas doses marcadas no cartão, da triviral, que imuniza contra a cachumba, rubéola e sarampo. Quem tem entre 30 e 49 anos, é necessário uma dose. Acima desta faixa etária, a vacina só é destinada para profissionais da área de saúde, que precisam ter duas doses independente da idade.

Segundo a enfermeira coordenadora do Programa de Imunização da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) Lara Miranda Silva, em Três Pontas há vacinas suficientes disponíveis em todas as unidades básicas de saúde. Uma equipe da Secretaria de Saúde está indo em algumas empresas, para vacinar o grupo de jovens e adultos, onde a cobertura está menor. “Muita gente trabalha o dia todo e infelizmente acaba não tendo tempo para ir aos postos de saúde”, registra Lara Miranda.

De acordo com o Ministério, a vacina não substitui e não será considerada válida para fins do calendário nacional de vacinação da criança. Assim, além dessa dose que está sendo aplicada agora, os pais e responsáveis devem levar os filhos para tomar a vacina tríplice viral (D1) aos 12 meses de idade (1ª dose); e aos 15 meses (2ªdose) para tomar a vacina tetra viral ou a tríplice viral + varicela. A vacinação do calendários básico das crianças deve ser mantida independentemente do planejamento de viagens para os locais com surto ativo do sarampo ou não.

No estado de São Paulo, as cidades com registro de sarampo, segundo o Ministério da Saúde, são: São Paulo, Santos, Fernandópolis, Santo André, Guarulhos, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Ribeirão Pires, Mairiporã, Pindamonhangaba, Sorocaba, Diadema, Indaiatuba, Osasco, Barueri, Caçapava, Caieiras, Embu, Estrela D’Oeste, Francisco Morato, Hortolândia, Itapetininga, Itaquaquecetuba, Jales, Mogi das Cruzes, Peruíbe, Praia Grande, Ribeirão Preto, São José dos Campos, Taboão da Serra e Taubaté. No estado do Rio de Janeiro: Rio de Janeiro, Paraty e Nilópolis. No Pará: Monte Alegre, Santarém, Porto do Moz e Prainha.

O Ministério da Saúde registrou, entre os dias 05 de maio e 03 de agosto deste ano, 907 casos confirmados de sarampo no Brasil, em três estados: São Paulo (901 casos), Rio de Janeiro (5) e Bahia (1).

Minas Gerais investiga 51 casos prováveis de sarampo neste ano; quatro pessoas já tiveram diagnóstico confirmado para a doença. Os dados são do boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), que apontou 190 notificações de sarampo em 73 municípios neste ano. Porém, exames laboratoriais indicaram que 135 desses casos (71%) foram descartados para a doença.

De acordo a Secretaria de Estado, Minas apresenta cobertura de 74,14% em pessoas com uma dose da tríplice viral – levando-se em conta dados de 1997 a fevereiro de 2019. A faixa de idade com maior cobertura é a de 1 ano, com 98,31%. Já a faixa de idade de 40 a 49 anos apresenta a menor cobertura, com 39,57%. Estima-se que, no Estado, mais de 3,92 milhões pessoas entre 1 e 49 anos de idade ainda não foram vacinadas com uma dose contra o sarampo.

Já com relação à segunda dose, a cobertura vacinal cai para 41,43%. Nesse caso, a faixa de idade com maior cobertura é a de 1 ano de idade, com 81,51% e a faixa com menor é a de 20 a 29 anos, com cobertura de 3,74%. Já a estimativa de não vacinados no Estado de Minas Gerais sem duas doses da vacina dentro da faixa de idade de 1 a 29 anos de idade é de 5.476.932 pessoas. Importante lembrar que a segunda dose é fundamental para garantir a imunidade para a doença.

A doença

O sarampo é uma doença viral, infecciosa aguda, grave, transmissível, altamente contagiosa e comum na infância. A doença começa inicialmente com febre, exantema (manchas avermelhadas que se distribuem de forma homogênea pelo corpo), sintomas respiratórios e oculares.

No quadro clínico clássico, as manifestações incluem tosse, coriza, rinorreia (rinite aguda), conjuntivite (olhos avermelhados), fotofobia (aversão à luz) e manchas de koplik (pequenos pontos esbranquiçados presentes na mucosa oral). A evolução da doença pode originar complicações infecciosas com amigdalites (mais comum em adultos), otites (mais comum em crianças), sinusites, encefalites e pneumonia, que podem levar a óbito. (Fontes: Agência Brasil e Hoje em Dia)