Júlia cursa faculdade em São Paulo e vai para a África Ocidental na próxima sexta-feira

A jovem trespontana, Júlia de Castro de 24 anos, está contando os dias para uma missão que irá cumprir em Benin país da África Ocidental. Trata de um trabalho voluntário da Faculdade Anhembi Morumbi, em São Paulo (SP) onde ela cursa o 4º ano de medicina. Os pais, Márcio Henrique de Castro e Sandra Aparecida da Silva Castro, que já havia sentido a aflição quando a menina decidiu cursar medicina e morar longe de casa, eles agora vêem a satisfação dela realizar um sonho. Desde criança, antes mesmo de começar a estudar, conta o pai Márcio Henrique, Júlia tem a vontade de conhecer a África e ajudar o povo sofrido daquele país, e agora isto vai acontecer, conciliando com sua realização profissional, tudo sem nenhuma interferência dos pais.

Júlia de Castro não sabe como surgiu este sonho de ser médica, não era o curso que pensava em cursar, diz que foi repente. Em 2013 ela tomou a decisão, fez três anos de cursinho e já admiti que foi a melhor coisa que fez na vida, pois está gostando muito. Depois, os planos é se especializar em ginecologia e obstetrícia.

O pai não esconde a satisfação. “Para nós foi muito gratificante, porque é uma profissão muito digna, pois a gente sabe que a profissão que ela mesma escolheu vai trazer benefícios às pessoas. Nós a apoiamos o tempo todo e não interferimos na decisão, a gente ajudou nos cursinhos, viajamos muito para fazer provas para tudo quanto é lado, até ela conseguir atingir o objetivo que era realmente passar em uma faculdade”.

Júlia sempre teve o apoio incondicional do pai Márcio, que viajou diversas vezes para levá-la para fazer provas

Em junho do ano passado, a Universidade Anhembi Morumbi, onde Júlia estuda, a Liga Acadêmica de Desenvolvimento Social propôs um concurso, cujo melhor projeto para ser colocado em prática no Benin, seria levado na próxima missão. A avaliação seria feita por integrantes da missão e analisaria a viabilidade do projeto, orçamento e benefícios para a população beninense.

E não é que o projeto vencedor foi desenvolvido justamente por Julia e feito de forma voluntária, mas ela não pensou duas vezes em querer ir. A jovem propôs ensinar primeiros socorros para os alunos do ensino médio do Benin, tendo em vista a importância desse primeiro atendimento, principalmente em locais em que a saúde e o resgate de vítimas são precários, pois aumentam a sobrevida e diminuem a possibilidade de sequelas.  Como instrutora de primeiros socorros capacitada pela Cruz Vermelha de São Paulo, o curso será ministrado pela própria aluna, em parceria com outro universitário, Breno da Silva Cantizano, o segundo colocado no concurso.

A Missão Brasil Benin acontece durante duas semanas, entre os dias 24 de janeiro e 09 de fevereiro, com a presença de 19 voluntários. Além dela que vai ensinar os primeiros socorros para os jovens estudantes do ensino médio, haverá mutirões de atendimento médico, odontológico e cirurgias. A trespontana será a única de Minas Gerais, nesta ação voluntária internacional.

Este projeto social é realizado desde 2016, leva atendimento médico para a população do Benin. O país tem uma área um pouco menor que a do estado do Ceará. Sua capital é Porto-Novo e a língua oficial é o francês. Ao todo já foram realizadas mais de 80 cirurgias e mais de 150 atendimentos clínicos, com missões realizadas nos anos de 2016, 2018 e 2019. A Missão Brasil Benin é totalmente voluntária, sem vínculo com o programa Médicos Sem Fronteiras ou qualquer outro tipo programa, tendo em vista que a Missão não é patrocinada por nenhuma empresa ou pessoa. Para que o projeto seja realizado, os recursos são adquiridos por meio de doações e realização de eventos beneficentes.

Antes de ir à missão, a missão aqui no Brasil é conseguir recursos financeiros suficientes para custear as despesas que ela vai ter. A busca por patrocínio começou ano passado, com a venda de doces na própria universidade, em Três Pontas, onde também realizou um bazar solidário e uma rifa. No total ela e seu amigo de turma, precisam de R$23 mil para cobrir todas as despesas.

Os médicos que irão estão se organizando e vão levar medicamentos. Júlia tem muita vontade de levar instrumentos para as aulas, principalmente um manequim de Reanimação Cardio Pulmonar (RPC). A ideia é deixá-lo lá para que os alunos repliquem o que apreenderam com ela para as outras pessoas, mas o custo é alto, varia entre R$600 e R$900.

Em Benin, parte dos membros da missão vão ficar em uma escola que foi construída por freiras brasileiras, e os outros, em uma casa ao lado do Hospital, onde vão acontecer as cirurgias.

Júlia é consciente que vai encontrar muitas dificuldades na África. “A ideia que temos de pobreza aqui no Brasil não chega nem perto do que vamos encontrar por lá. Mais da metade da população vive abaixo da linha da pobreza e a medicina está muito atrasada. Lá as pessoas morrem de doenças que no Brasil a gente nem ouve falar mais. Por isto, os africanos já sabem que este grupo brasileiro está indo e a adesão foi enorme.

Quem puder contribuir com a missão que Júlia tem na África, pode depositar qualquer quantia na Conta Corrente: 013 00017047-6 na Caixa Econômica Federal, agência 0157 de Três Pontas, em nome de Júlia Castro. Mais informações podem ser obtidas pelos telefones 99816-5011 ou 99878-4509.

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