O movimento foi grande durante todo o dia no Cemitério Municipal de Três Pontas, neste feriado do Dia de Finados. No feriado religioso, dedicado às orações e homenagens aos que já faleceram, o período da manhã foi quando mais visitantes passaram pelo local e o trânsito ficou complicado em torno da Praça Monsenhor Silveira. É que a maioria das celebrações que voltaram a ser realizadas no Cemitério, após a pandemia, foi no período matutino e muitos aproveitaram para rezar pelos entes queridos participando das missas.
Vendedores aproveitaram a data para vender flores naturais e artificiais em barracas montadas em frente ao portão principal. Esta é a melhor data o setor de floricultura. Algumas barracas também ofereceram salgados e refrigerantes aos visitantes.
O Cemitério Municipal está na sua capacidade máxima. Segundo a administração do local, são cerca de 14 mil túmulos e jazigos. Em muitos lugares onde haviam corredores, os espaços foram aproveitados para a construção de novos túmulos para suprir a demanda. Somente em um ano, foram 517 sepultamentos, no período de outubro de 2021 a outubro deste ano. O mês com o maior número de sepultamentos foi em abril. Somente em 30 dias foram 52.
Um dos túmulos mais visitados é da Irmã Vânia Maria do Espírito Santo, priora do Carmelo São José, sucessora da Serva de Deus Madre Tereza Margarida do Coração de Jesus, a “Nossa Mãe”. faleceu em julho deste ano, com 79 anos e 50 deles dedicados ao Mosteiro. Sua morte causou grande comoção na Diocese da Campanha e diversos padres da região vieram se despedir da religiosa.
Irmã Vânia foi sepultada no mesmo túmulo, onde o corpo de “Nossa Mãe” havia sido sepultado no Cemitério Municipal. Os restos mortais da “Serva de Deus” foi retirado em fevereiro de 2013, com a abertura do seu processo de beatificação e levado para o Carmelo, ao lado da Capela.
Durante a celebração da missa na manhã desta quarta-feira, o pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, padre Alexandre Mancilha, disse que este é um dia que temos a oportunidade de rezarmos pelos entes queridos, prática que vem desde o começo da história da Igreja, de se oferecer orações em sufrágios por aqueles que já morreram. Momentos de reunir em comunidade para reafirmar a fé no Cristo morto e ressuscitado, como lembra o Apóstolo Paulo, [que se Cristo ressuscitou nós também ressuscitaremos].
“Hoje é dia de lembrarmos com carinho daqueles que passaram por nossas vidas, que não estão conosco, mas estão eternizados em nossos corações, pela fé que professamos no Cristo ressuscitado”, mencionou o sacerdote. Durante a homília, padre Alexandre ainda acrescentou, que o Dia de Finados deve ser lembrado pela saudade e não pela dor. “Guardamos em nosso coração com saudade e esperança, de um dia encontrarmos com aqueles que passaram por nossas vidas e deixaram marcas profundas. O tempo é um dos melhores remédios para que a dor existencial possa ser cicatrizada”, concluiu padre Alexandre.
