*Cinco das sete pessoas presas são acusadas de torturar um adolescente

O trabalho investigativo da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Três Pontas, apurando caso de tortura contra um adolescente de 13 anos, em março deste ano, identificou um verdadeiro “Tribunal do Crime” ligado ao tráfico de drogas na cidade. Como desdobramento da apuração, foi realizada nesta quarta-feira (07), a Operação Alastor, que resultou na prisão de cinco acusados de envolvimento no crime e mais um casal. Na ação policial, ainda foram apreendidas armas de fogo, drogas, dinheiro e aparelhos celulares.

De acordo com o delegado Gustavo Gomes, a vítima, mediante julgamento sumário, foi cruelmente torturada. A motivação está ligada ao fato de o jovem ser acusado de ter sumido com uma porção de drogas. “O adolescente, que trabalhava como ‘olheiro’ e ‘aviãozinho’ para o grupo, foi levado para um cafezal e submetido a intensos castigos”, conta o delegado. Ele completa que todos os envolvidos tem relação com o tráfico de entorpecentes e porte ilegal de armas, e também serão indiciados por esses delitos.

No decorrer da investigação, que durou cerca de dois meses, a equipe identificou que seis suspeitos teriam participação no crime de tortura. A autoridade policial representou pela prisão preventiva deles, sendo decretada pelo Juízo da comarca. Hoje, foram cumpridos cinco mandados: de Jonatan Gonçalves Felisbino, de 19 anos; Renato da Silva Gabriel, de 19; Paulo Roberto Leonor Júnior, de 18; Rodrigo Carlos Pereira de 22 anos e Teilor Michael Martins de 20.

Os policiais civis, ainda, cumpriram sete mandados de busca e apreensão, sendo que, em uma das residências alvo, um casal foi surpreendido pela equipe com drogas, balança de precisão, dinheiro e outros objetos relacionados ao tráfico. Jéssica Tais Silva, de 20 anos, e Cleiton Henrique Fernando, de 23, foram presos em flagrante e vão responder pelo delito. Durante o trabalho, a equipe apreendeu também alguns objetos com suspeita de origem ilegal, como um carro e uma moto.

Mateus Santos conhecido por Mateus Bolacha se entregou durante a tarde

No período da tarde, um último alvo que não havia sido encontrado em casa se entregou na Delegacia de Policia Civil. Acompanhado por uma advogada, Mateus Santos Fabiano de 18 anos que também tinha um mandado de prisão foi levado para o Presídio de Três Pontas.

Trabalho integrado
A Operação Alastor, além da unidade de Três Pontas, contou com o apoio da Regional de Varginha e das delegacias de Boa Esperança, Elói Mendes e Guapé. Foram empenhados mais de 50 policiais e 14 viaturas. Colaboraram, ainda, uma equipe da Guarda Municipal de Três Pontas com atuação no trânsito do entorno da delegacia e duas equipes da Secretaria de Estado de Administração Prisional (SEAP) para condução dos presos.

Na avaliação do delegado regional de Varginha, Roberto Alves Barbosa, o resultado da operação foi muito positivo. “A Polícia Civil se sente vitoriosa e satisfeita com esse trabalho, porque, além de afastar pessoas que ameaçavam os moradores de seu bairro para ali estabelecer o tráfico de drogas e colocar medo nos demais integrantes do grupo, tira uma quantidade considerável de droga do comércio”, destaca. Ele destaque que a ação transcorreu sem nenhum incidente.

Proteção
De acordo com o delegado Gustavo Gomes, o adolescente e a família dele, temendo um mal maior, saíram do município e tiveram seus nomes submetidos ao ingresso no Programa Estadual de Proteção, Auxílio e Assistência a Vítimas e Testemunhas Ameaçadas (Provita/MG).

“Alastor”, nome dado à operação, remete a um personagem da mitologia grega conhecido por castigar duramente os homens pelos erros cometidos (vingança). Nessa definição, a Polícia Civil buscou, exatamente, investigar o delito e responsabilizar aqueles que o praticaram.