Os vereadores Sérgio Eugênio Silva (PPS) e Geraldo José Prado (PSD), bateram boca no fim da sessão ordinária desta segunda-feira (22), no Plenário Presidente Tancredo Neves da Câmara Municipal de Três Pontas. O motivo: a base não conseguiu inserir um projeto de lei na pauta de votações. A vereadora Marlene Rosa Lima Oliveira (PDT), não participou da reunião.

Antes da divergência, no Pequeno Expediente, o vereador Roberto Donizetti Cardoso (PODEMOS), solicitou ofício pedindo atenção da Secretaria Municipal de Transportes e Obras, para a manutenção das praças do Município. Na visão do vereador, por conta da chuva, o mato cresceu muito e os locais estão precisando de manutenção. Outra solicitação de Robertinho, é para um vazamento de água de muito tempo na Praça Tristão Nogueira, próximo ao Ponto de Táxi. A água que está escorrendo já deixou uma parte da praça escorregadia e outro dia um pedestre caiu e precisou ser socorrido.

O vereador Érik dos Reis Roberto (PSDB), falou mais uma vez do processo eleitoral do segundo turno deste próximo domingo dia 28, quando os eleitores vão as urnas novamente escolher os próximos governador de Minas Gerais e presidente da República. O tucano pediu serenidade e reflexão e alertou que a administração pública é muito diferente da privada.

Já Geraldo “Coelho”, agradeceu o trabalho do secretário de Transportes e Obras Maquil dos Santos Silva Pereira e o prefeito Marcelo Chaves Garcia (MDB), por ter resolvido um problema na Comunidade do Sobradinho. A solicitação dos moradores para acabar com uma água que acumulava na estrada era bastante antiga.

Ele também elogiou a equipe de profissionais do Centro Integrado de Assistência a Mulher e a Adolescente (CIAMA). Na avaliação do vereador, eles são exemplo de dedicação e tem atuação de destaque no setor da saúde.

Ainda falando em saúde, Coelho defendeu a Administração no que se refere aos investimentos feitos na área. Ele afirma que as pessoas não podem crucificar, nem a secretária Teresa Cristina, nem mesmo o prefeito Marcelo Chaves, já que é o Governo do Estado que não repassa aquilo que é devido, assim como acontece com todos os municípios de Minas Gerais.

Votações tranquilas

A pauta estava formada por dois projetos de Leis e outros seis projetos de Decretos Legislativos. O primeiro vindo do Poder Executivo, altera o Orçamento de 2018, o Plano Plurianual (PPA) e a Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) e faz uma abertura de crédito especial, por conta de um superávit financeiro no valor de R$1.777,88, que chegou da Secretaria de Estado de Saúde (SES) para a realização de cirurgias eletivas.

O outro projeto de lei é assinado pelos vereadores Coelho, Érik e Antônio Carlos de Lima (Antônio do Lázaro – PSD). Ele dá nome a uma via do bairro Residencial Eldorado, de “Rua Custódio da Silva Campos”. Nenhum vereador comentou, mas este projeto já havia sido aprovado em agosto deste ano, mas a rua que eles escolheram já tinha nome e por isto, este novo projeto precisou ser votado para corrigir o erro.

Ao longo do ano, os vereadores indicam através de projetos de Decretos Legislativos cidadãos vindos de fora, que adotaram Três Pontas, que aqui residem ou que tem suas histórias marcadas na cidade hospitaleira do Beato Padre Victor. Na reunião ordinária desta semana, mais seis destes vão se tornar Cidadãos Trespontanos por direito, através do Título concedido pelo Poder Legislativo Municipal. Serão homenageados: os policiais Civis Gustavo Felipe Domingos Campos e João Paulo Baeta que são de Ipatinga (MG) e Conselheiro Lafaiete (MG), o comerciante João Lúcio Pereira “João do Fumo” que é de Poço Fundo (MG), o economista e secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa, Flávio Augusto Corrêa Basílio, de Belo Horizonte (MG), o comerciante José César Dias Júnior que nasceu em Remanso (Bahia), e o servidor público municipal Celso Adriano de Paula que é natural de Muzambinho (MG). Todos os projetos foram aprovados por unanimidade.

Rejeição provoca bate boca

O vereador Antônio do Lázaro, pediu após o Pequeno Expediente, a inserção na pauta do projeto de lei 133. Ele autoriza o Município a conceder pelo prazo de 10 anos ininterruptos, um terreno de 30 mil metros quadrados localizado na região dos Quatis, a empresa que queira investir na cidade e vença o devido processo licitatório.

O vereador Sérgio Silva não concordou com a inclusão, disse que eles já haviam deixado de votar o projeto desta mesma área no começo do ano e aprovar agora, desta forma, seria mais um risco. Diante do pedido de Antônio, o presidente Luis Carlos da Silva (PPS) colocou em votação, mas não obteve votos suficientes para votar nesta sessão.

A reunião transcorreu tranquila, com poucas manifestações, porém, os ânimos se exaltaram no fim. Coelho e Sérgio bateram boca no Plenário durante o Grande Expediente. Coelho lembrou que o projeto que seria votado, vai gerar segundo ele, 150 empregos e que muitas pessoas estão precisando de trabalho. Por isto, pediu aos colegas que tenham mais responsabilidade, que não segurem a proposta de lei. Ele bateu na mesa em sinal de revolta com os demais que não permitiram a inclusão e anunciou que o interessado é um grande empresário, honesto, que no passado quase desistiu de Três Pontas.

A fala foi imediatamente rebatida por Sérgio que pediu respeito e que não seja rotulado contrário ao projeto. Esbravejou que ninguém o intimida, recordou dos processos criminais que responde até hoje na Justiça, por conta de doações feitas em mandatos anteriores em que o Ministério Público pede a prisão dos vereadores da época.

O projeto 133 foi protocolo na Casa Legislativa no dia 05 de outubro. Ele passou apenas pela Comissão de Justiça e Redação e a vereadora Marlene Lima, solicitou informações e documentos ao Poder Executivo que ainda não chegaram.

O presidente Luisinho teve que intervir no bate boca e na troca de farpas entre eles e saiu em defesa da Câmara. Disse que conhece o projeto, mas que eles precisam estar com toda documentação para que os legisladores votem com tranquilidade. A sessão foi concluída e cada um saiu por um lado do Plenário sem se falarem.