Iniciativas como essa têm se tornado cada vez mais comuns entre empresas conscientes ecologicamente e preocupadas com práticas mais sustentáveis.

São medidas mais do que fundamentais, sobretudo no Brasil, um dos países que, na contramão das demais nações, aumentou sua emissão de gases do efeito estufa mesmo com a recessão econômica causada pela pandemia da Covid-19.

De acordo com especialistas, o crescimento ficou entre os 10% e 12% apenas em 2020, superando o aumento registrado no ano anterior, que já havia sido de 9,6%, segundo relatório do Observatório de Clima.

Em números absolutos, isso significa que, em um único ano, o Brasil lançou na atmosfera mais de 2,17 bilhões de toneladas de dióxido de carbono.

Isso representa uma média de 10,4 toneladas brutas de CO2 (tCO2)emitido por cada brasileiro.

É bem verdade que boa parte desse total é fruto das mudanças no uso da terra, puxadas pelo desmatamento e pelas queimadas, principalmente, que têm grande relação com a redução nas forças de fiscalização e políticas ambientais adotadas pelo governo brasileiro.

Uma amostra da menor influência da iniciativa privada nos números ruins vem do setor industrial.

De acordo com o levantamento citado, ele foi o único que apresentou queda na comparação com o período anterior, passando de 101 milhões de tCO2 para 99 milhões.

Uma demonstração de que programas como o Carbono Zero podem estar fazendo a diferença e exercendo um papel importante na transformação da realidade atual.

Ao longo deste artigo, vamos falar da importância de reduzir os gases do efeito estufa no planeta.

Você também vai entender como participar de projetos sustentáveis e as vantagens que eles podem trazer para o seu negócio.

Abordaremos ainda exemplos de grandes empresas que podem servir de inspiração para salvar o planeta.

O que é o Carbono Zero?

Carbono Zero é uma política desenvolvida por uma série de empresas que tem como intuito neutralizar a emissão de gases do efeito estufa por parte das pessoas e das próprias indústrias.

Na prática, ela funciona como um tipo de crédito, uma espécie de balança ecológica.

Você já deve ter ouvido falar do crédito de carbono, certo?

Então, para ficar mais claro como o programa funciona, vamos a um exemplo prático:

Pense em uma empresa que queima uma quantidade X de toneladas de CO2 para desenvolver o seu produto.

Portanto, para compensar esse desequilíbrio, ela deve neutralizar a mesma quantidade de gases do efeito estufa presentes na atmosfera.

É, por isso, que iniciativas como essas são chamadas de carbono zero ou carbono neutro.

A ideia é eliminar pontualmente os prejuízos causados pela poluição advinda das atividades industriais das empresas.

Quando surgiu esse conceito?

O conceito de carbono zero nasceu no Protocolo de Kyoto, em 1997.

Na ocasião, os países desenvolvidos assinaram um acordo se comprometendo a reduzir em 5% as emissões de gases do efeito estufa em quatro anos, entre 2008 e 2012, usando como base os níveis referentes à década de 1990.

Quase 15 anos após o pacto internacional, em 2011, foi realizada a Conferência do Clima e novos objetivos foram traçados, trazendo a neutralização de carbono ao centro da discussão novamente.

Naquele momento, as nações presentes se responsabilizavam em diminuir entre 18% e 40% a emissão dos gases até 2020, utilizando como parâmetro o mesmo balizador anterior.

Qual é o objetivo do Carbono Zero?

O principal objetivo dos projetos de Carbono Zero é reduzir a emissão dos gases do efeito estufa e, assim, abrandar os impactos nocivos que essa prática traz para a sociedade.

No Brasil, a meta assumida no Acordo de Paris é reduzir em 43% as emissões totais até 2030, em relação aos números referentes a 2005.

A importância da redução dos gases do efeito estufa (GEE) no planeta

A redução da emissão dos gases do efeito estufa é imprescindível para que as mudanças climáticas não continuem afetando de maneira negativa a vida das pessoas e os ecossistemas do planeta.

Só para se ter uma ideia, a temperatura da Terra aumentou em 1ºC desde a Revolução Industrial, mas pode crescer ainda mais neste século para até 5ºC.

Por isso, as chamadas COPs (Conferência das Partes sobre Mudança do Clima das Nações Unidas) tentam a todo custo limitar esse aquecimento médio do planeta em no máximo 1.5 Cº.

Para que isso aconteça, são desenvolvidas ações para atacar duas frentes em especial:

A queima de combustíveis fósseis

O desmatamento de florestas tropicais.

Caso não se obtenha êxito nessas medidas de contenção, o mais recente relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que podem haver consequências devastadoras, como:

37% da população estará exposta a um calor extremo pelo menos uma vez a cada cinco anos

Degelo total do Ártico durante o Verão pelo menos um a cada dez anos

Aumento do nível dos mares em 0.46m

8% dos vertebrados, 16% das plantas e 18% insetos serão extintos

13% dos ecossistemas se transformarão em outro bioma

6.6 milhões de Km² de gelo serão derretidos

7% da produção agrícola de soja nos trópicos será extinta

99% dos corais de recifes serão extintos

3 milhões de toneladas de peixes serão extintas.

Como funciona o programa Carbono Zero no Brasil?

Carbono Zero: Entenda o conceito e saiba como aplicá-lo

Como funciona o programa Carbono Zero no Brasil?

No Brasil, não existe nenhum programa nacional de Carbono Zero que padronize ações que visem a diminuir as emissões de GEE.

Até por isso, diversas iniciativas estão sendo criadas em todo o território nacional para contribuir com o cumprimento da meta estabelecida pelas COPs.

Inclusive, recentemente, um grupo de 155 empresas, que fazem parte da iniciativa Science Based Targets (SBTi) assinaram um comunicado se comprometendo a estabelecer metas de redução de emissões baseadas na ciência climática.

Essa parceria é uma colaboração entre o Pacto Global da ONU, o World Resources Institute e a rede WWF.

Quais empresas podem participar do programa?

Qualquer empresa ou fazenda que esteja comprometida a reduzir os seus níveis de emissão de gases do efeito estufa podem aderir a um programa de carbono zero.

O equilíbrio ecológico pode ser feito por meio de diversas iniciativas, como a recuperação de áreas degradadas, utilização de tecnologias mais limpas e adoção de recursos de ponta capazes de capturar CO2 direto da atmosfera.

Vantagens de participar do programa Carbono Zero

Agora que você já sabe como funciona o Carbono Zero no Brasil, que tal conferir algumas vantagens que a participação desse programa pode trazer para a sua empresa?

Separamos cinco dos principais benefícios para que você saber o que a adoção de uma consciência ecológica maior pode trazer:

Sustentabilidade

Diminuir o desperdício, fazer um uso mais racional dos recursos e ter todos os cuidados na hora de descartar resíduos são exemplos de atitudes sustentáveis que o programa Carbono Zero pode agregar para a sua empresa.

Ou seja, é a oportunidade ideal de você repensar toda a sua cadeia produtiva e adotar processos mais ecologicamente conscientes sem perder a qualidade e a eficiência.

Fortalecimento da marca

Os clientes estão cada vez mais exigentes na hora de se relacionar com as marcas.

O tempo em que apenas a qualidade e o preço competitivo de produtos e serviços contavam como elemento diferenciador ficou para trás e outros elementos passaram a pesar tanto ou mais que os critérios tradicionais.

Só para você ter uma ideia, uma pesquisa da EY-Parthenon mostrou que os brasileiros têm cobrado posturas mais sustentáveis e ambientalmente conscientes das empresas.

Isso se deve a mudança de prioridades.

A pandemia acelerou a busca por comportamentos mais responsáveis.

Ou seja, investir em um programa de carbono zero pode ajudar a fortalecer a sua marca.

Novas oportunidades de negócios

Quando uma empresa vincula a sua imagem a projetos que defendem o meio ambiente, surgem chances de fazer parcerias que proporcionam novas oportunidades de negócio.

Afinal, qual investidor não vai gostar de ser associado a uma organização que investe em programa de carbono zero?

É a chance ideal de você explorar novos segmentos de mercado, consolidar a liderança na sua área, conquistar uma carteira de clientes mais ampla ou mesmo diversificar ainda mais o seu leque de produtos.

Retorno para a sociedade

Sustentabilidade e responsabilidade social são conceitos que caminham juntos.

Quando a sua empresa investe em um programa de carbono zero, ela está colaborando para o desenvolvimento de ações e parcerias com projetos que tragam retorno para a sociedade.

Ou seja, além de contribuir com o meio ambiente, você trabalha para a melhoria de uma realidade específica, gerando identificação e reconhecimento do público que também tem apreço por essas causas.

Vantagem competitiva

Não investir em ações sustentáveis, preocupadas com o meio ambiente e com a sociedade de modo geral, significa estar em desvantagem em relação àquelas empresas que já têm projetos nesse sentido.
Nas lavouras de café, por exemplo, a saca chega a valorizar até cem reais por saca e conforme vamos mostrar a seguir, no ramo empresarial, as maiores organizações do país já estão investindo nesse diferencial competitivo e, não à toa, são protagonistas em seus segmentos.

Empresas que implementam ações para reduzir a emissão de carbono

Carbono Zero: Entenda o conceito e saiba como aplicá-lo

Empresas que implementam ações para reduzir a emissão de carbono

Algumas das principais empresas do Brasil e do mundo já usufruem das vantagens de investir em programas de carbono zero.

Confira cinco das principais iniciativas desenvolvidas por aqui e utilize de inspiração para criar as suas próprias ações:

Natura

A Natura é uma das empresas tradicionais brasileiras mais lembradas quando o assunto é sustentabilidade e preservação do meio ambiente.

Quando o assunto é carbono zero, a marca também não se isenta de fazer a diferença.

Com um programa específico para trabalhar ações que neutralizem os impactos causados ao longo da cadeia produtiva de seus produtos, a Natura busca potencializar iniciativas transformadoras.

Por exemplo, o incentivo a ingredientes de origem vegetal e a materiais de origem renovável.

Também é reconhecida pela comercialização de refis e por produzir com materiais recicláveis.

Ainda realiza o mapeamento das emissões de gases de efeito estufa desde a extração da matéria-prima até o descarte dos produtos no pós-consumo.

Assim, realiza a compensação de 100% dos poluentes derivados de seus negócios.

Ifood

Recentemente, o iFood foi mais uma empresa a anunciar medidas para neutralizar seu impacto negativo no meio ambiente.

O Regenera, como é chamado o programa ambiental, conta com duas metas principais: acabar com a poluição causada pelo plástico empregado em suas operações e se tornar uma marca neutra na emissão de carbono até o ano de 2025.

A estimativa é que as ações envolvam um investimento na casa dos R$ 100 milhões.

Quem acompanhou o Big Brother Brasil (BBB), inclusive toda sua repercussão com enquete BBB e parciais de paredões, deve ter reparado também nas embalagens sustentáveis utilizadas para as entregas feitas na casa, tendo como matéria-prima a mandioca.

No momento, o iFood foca seus esforços em pesquisas para encontrar uma opção que possa ser produzida em um modelo escalável e, claro, livre de plástico.

Renner

Parte de um dos setores mais poluentes do mundo, a indústria têxtil, a Renner tenta reverter o impacto causado a partir de diversas ações.

Como a marca descreve em seu próprio site, um de seus compromissos públicos para 2021 é a redução de 20% das emissões absolutas de gás carbônico na comparação com 2017.

Além disso, também se comprometeu em ter 75% do consumo corporativo de energia com origem em fontes renováveis.

Atualmente, a empresa declara ser carbono zero, compensando anualmente 100% de suas emissões de gases de efeito estufa,

Uma das ações que traduzem o compromisso na prática é o selo Re – Moda sustentável, fixado em peças de roupa com matérias-primas certificadas, que tenham garantia de respeito às leis ambientais, às leis trabalhistas e ao uso controlado de agroquímicos.

De acordo com a Renner, mais de 55% dos seus produtos de portfólio possuíam o selo em 2020.

Vale

Também parte de uma área que concentra altos índices de poluição e de contaminação, a mineradora Vale anunciou publicamente um programa carbono neutro em 2020.

De acordo com a própria empresa, a estimativa é de um investimento de pelo menos US$ 2 bilhões para reduzir em 33% as emissões de carbono da empresa até o ano de 2030, além de outros 15% da sua cadeia de fornecedores até 2035.

O alto investimento surge também como uma resposta aos casos recentes de rompimento de barragens de rejeitos ocorridos em Minas Gerais, que ainda geram inúmeras cobranças de ambientalistas e moradores das regiões afetadas.

Bayer

Para finalizar nossos cases inspiradores de empresas que implementam ações para reduzir a emissão de carbono, temos a Bayer.

A gigante do ramo da saúde e do agronegócio tem como meta adotar medidas de eficiência energética, passando a focar 100% em fontes renováveis.

Além disso, a ideia é compensar a emissão de gases remanescentes com a captura de carbono e conquistar o certificado de neutralidade.

Como participar do Carbono Zero?

Procure a empresa Agrogenius e ela te dará todo o suporte para conseguir valorizar a sua marca e a sua lavoura.

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