Loui Jordan

O município tem demonstrado de forma cada vez mais intensa, o seu vínculo com a arte, a música, as letras, os sons e por que não, a pintura. Três Pontas irá receber na próxima semana, uma exposição de pintura, com perfis e temas livres e variados e os quadros a serem expostos terão as mais nítidas e belas perspectivas. A pintura que hoje pode se “anexar” em um quadro ou em um painel, poderá estar sempre inserida na história de uma comunidade, de um pintor, ou mesmo de vários adeptos que sustentam o conceito e a beleza por trás desta forma de arte.

O evento será nos dias 1º, 2 e 3, no Restaurante Aeroporto, sempre a partir das 20 horas. Esperam-se cerca de 15 artistas, dentre eles alunos e ex-alunos da professora Wanda Figueiredo Resende, curadora da exposição. Se considerarmos a média de 10 quadros por integrante, muitas obras estarão expostas para contemplação durante os três dias.

É a 18ª edição da exposição de pintura promovida em Três Pontas, graças ao trabalho da artista trespontana. Wanda Resende é formada em jornalismo pela Universidade Nilton de Paiva em Belo Horizonte e também foi assessora de imprensa na administração do ex-prefeito Tadeu Mendonça. Wanda afirma que desde sempre ama as artes e especialmente, claro, a pintura. “Todos estão convidados para o evento”, conclama a artista.

A pintura como arte que colore a vida

Uma das missões da pintura, é trazer à tona novas perspectivas. A pintura é uma ferramenta que esclarece muitas coisas, pois trata-se de pintar tudo aquilo que traduz a alma e o pensamento e em muitos casos é usada até para fins terapêuticos. A magia de unir pincel e tinta em busca de descobrir o que só a criatividade e a lucidez criarão estampando o quadro, é um coquetel de deslumbre que enobrece qualquer causa.

Além de ter ficado cerca de 20 anos na Prefeitura de Três Pontas, Wanda tem por seu ateliê, um local de paz, criação e liberdade. A professora já não pinta mais, a não ser para corrigir rapidamente algum traço ou algo do tipo. Na escola de pintura há muitos talentos a serem descobertos. A idade mínima para se ingressar é de 5 anos, e nunca e tarde para começar. As aulas são ministradas duas vezes por semana, com aula de 1h30m de duração.

Um dos vários exemplos de aluno da professora Wanda, é Lucas Carvalho Brito, de 16 anos. O jovem desde o começo da sua infância já deixava nítida sua habilidade com desenhos e a arte. Por volta dos 8 anos, demonstrou o desejo de pintar em telas e começou a frequentar aulas com um professor. Lucas, acabou adquirindo algumas técnicas e depois resolveu dar uma pausa por um tempo, no entanto, voltou e há cerca de um ano e começou a fazer aulas com Wanda. Atualmente, ele até já recebeu proposta de pintar o Padre Victor em uma encomenda para a Grécia. Já aqui na cidade do café, já divulgou seu trabalho em alguns lugares, um deles foi nos Saraus da Casa da Cultura.

Wanda e Lucas, dois artistas que desfrutam da pintura (Foto: Equipe Positiva)

De acordo com a mãe de Lucas, Karina Almeida Carvalho Brito, a pintura auxilia o filho em questões do cotidiano. “Ele mesmo comenta comigo que as vezes quando ele está muito nervoso, a pintura faz bem, porque é aquele momento que ele distrai a cabeça”, conta Karina. Lucas teve a quem puxar, pois sua avó é autodidata, faz crochê, pinta, desenha, tricota e a irmã também faz artesanato e mosaico.

Lucas, tem uma aula por semana em média. Não tem um tema especifico. “O tema que eu procuro sempre usar é a cor. Eu capricho bastante nas cores, gosto de bastante cor neles”, relata o jovem pintor. Ele não vê a hora passar, gosta de pintar ouvindo música calma, e a MPB é um ótimo exemplo. O desenho vem instantaneamente na cabeça quando chega a inspiração, entretanto, trata-se de um esboço, um constructo que pode ser modificado na prática, poucas vezes, mas pode.

O adolescente não pretendente seguir carreira na arte, afinal de contas, é um hobby, um passa tempo saciador. Ele possui um jeito de pintar peculiar, no seu estilo. Excetuando a questão benéfica da arte, nem tudo são flores. Se existe um ponto a se pensar e a se cobrar em algumas ocasiões, é o incentivo à cultura. Antes de qualquer coisa, Três Pontas é um município que tem um certo DNA cultural, é um celeiro de artistas. No entanto, em outras cidades e no país de forma geral, a presença de uma busca constitucional pelo fomento da arte, seja ela qual for, ainda é tímida.

A mulher que foi uma das pessoas que mais trabalhou pela cultura trespontana, acredita que a escola exerce um papel que de certa forma valoriza a arte. “A educação aqui em Três Pontas é positiva na hora de incentivar a parte cultural. Pra mim sempre deram”, explica Wanda, destacando que as escolas dão pleno apoio. A escola não tem condições de desenvolver trabalhos artísticos, mas apoiam de forma contributiva.

Sobre projetos, Wanda preconiza algumas ideias visando o futuro. “Eu tenho muita vontade de expandir isso, dar oportunidades para pessoas carentes que não têm como pagar o curso e fazer. Tem muita gente que é carente e tem talento e não tem o dinheiro para pagar”. A pintura tem um custo, as telas, os pinceis e etc. Não é fácil gerir isso tudo. Ter contato com o mercado estadual e nacional é sempre positivo na questão de agregar valor, a verdade é que com o tempo, se cria amor pelas obras, assim como elas criam amor sendo pintadas por pessoas que se interessam, valorizam e de certa forma, contribuem para um legado com mais vivacidade. 

Todos esses quadros abaixo, são de autoria de Lucas. (Foto: arquivo pessoal)

 

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