Foto: TV Globo

 

Nesta terça-feira (08), professores de escolas estaduais decidiram entrar em greve por tempo indeterminado também como forma de pressão por aumento nos vencimentos. O posicionamento foi tomado em Assembleia da categoria o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-Ute). Ainda não se tem balanço da adesão dos profissionais à greve. Minas Gerais tem cerca de 3.800 escolas estaduais.

A coordenadora do Sind-Ute de Paula Romano, afirmou que a greve da categoria é para que o governo Zema page o reajuste de 33,23% previsto no piso nacional, que já foi fixado pelo Ministério da Educação (MEC) e não foi pago. Procurado, o Governo do Estado não se manifestou sobre a manifestação e as demandas de reajuste de salários.

Mais o problema em relação aos servidores estaduais não param por ai. Após 17 dias de paralisação, profissionais da segurança pública do Estado realizaram na Praça da Estação, na região central de Belo Horizonte, o terceiro  manifesto, realizado neste ano, de grande porte da categoria. Eles pedem recomposição salarial de 24%. O governo estadual ofereceu reajuste de 10,6%. No entanto, a oferta não foi aceita pela categoria.

“Queremos entrar em acordo com o governo, mas se isso não ocorrer, a possibilidade de parada geral poderá ser certa. O Estado poderá entrar em um colapso, somente no último final de semana, Belo Horizonte registrou 41 homicídios. A situação poderá ficar caótica”, esclareceu o presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais, a Aspra – MG,  sargento Marco Antônio Bahia.

Há até mesmo ameaças de paralisação. “Se o Zema não pagar, a polícia vai parar!”, gritaram os servidores. Eles culpam o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), por “não ter palavra” e até mesmo um boneco com a cara do chefe do Executivo estadual foi reproduzida dentro de um caixão.

Até o momento, não existe acordo entre os profissionais da segurança e governo.

Entenda

Em fevereiro de 2020, deputados da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovaram em segundo turno o reajuste salarial para diversas categorias, inclusive a segurança pública.

Os aumentos seriam realizados de forma escalonada:

  • 13% em julho de 2020
  • 12% em setembro de 2021
  • 12% em setembro de 2022

Em março do mesmo ano, o governador Romeu Zema (Novo) sancionou parcialmente o projeto de lei. O reajuste inicial, de 41%, que seria escalonado, caiu para 13%.

Além da reposição salarial nos termos acordados há quase três anos, as forças de segurança querem que Zema desista de tentar emplacar a adesão de Minas Gerais ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). O plano, pensado pela União para aliviar estados com problemas financeiros, é a esperança da atual administração para renegociar dívida que está em torno de R$ 140 bilhões. Em que pesem as dificuldades no fluxo de caixa, servidores temem prejuízos a carreiras do funcionalismo.

Saúde e infraestrutura juntos

Servidores do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) se manifestam na manhã desta terça-feira (8) na Alameda Ezequiel Dias, na região Central de Belo Horizonte. O ato é unificado com trabalhadores do Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) e da Secretaria de Estado de Infraestrutura do Estado (Seinfra). As categorias pedem a recomposição salarial por parte do governo do Estado.

O ato começou pouco depois das 8h, e reuniu cerca de 300 pessoas. A concentração aconteceu na porta do Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP), conhecido como Hospital do Ipsemg.

Segundo o Sindicato dos Servidores dos Institutos de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (SISIPSEMG), além da questão salarial, as reivindicações são pela aprovação do plano de carreira da categoria e a incorporação da ajuda de custo ao salário base. Em assembleia no dia 23 de fevereiro, os trabalhadores aprovaram a pauta emergencial com as reivindicações que serão encaminhadas à presidência do Ipsemg e ao Governo do Estado para negociação.

No caso dos servidores ligados à infraestrutura, a paralisação se estende desde quinta-feira (03). Segundo a categoria, não há recomposição salarial há cerca de uma década. Trabalhadores ativos e inativos foram convocados a aderir ao movimento, que vai manter os serviços com 40% do pessoal pelo menos até a próxima reunião, marcada para esta quinta-feira (10).

Em nota, o Ipsemg afirmou que reconhece e avalia as reivindicações. Confirmou ainda que mantém “diálogo aberto” com representantes da categoria para uma solução.

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