A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Três Pontas estará lançando no próximo dia 08 de março, no Dia Internacional da Mulher, uma linha de lingerie com calcinha absorvente, produzida com tecidos biodegradáveis, que atende às necessidades de conforto e bem-estar, fazendo com que a mulher se sinta bonita, durante o período menstrual. Além de ser alternativa ao absorvente comum, para mulheres que passam pela incontinência urinária leve e moderada e aquelas que se sentem incomodadas em alguns momentos por causa de um corrimento maior, fruto da ovulação, ou fluidos naturais característicos do corpo feminino.

A linha bio F L U XO, de calcinha absorvente é o primeiro lançamento do Projeto VIES, projeto intitulado Valores de Identidade e Expressão Social (VIES) e desenvolvido através de uma parceria da Apae com a designer de moda e designer social Tássia Murad Abreu. As lingeries são produzidas pelas mães dos alunos atendidos pela instituição.

O produto pretende atender às necessidades de conforto e bem-estar – e de se sentir bonita – da mulher em seu período menstrual, além de ser alternativa ao absorvente comum, para mulheres que passam pela incontinência urinária leve e moderada e mulheres que passam por alguns momentos de um corrimento maior fruto da ovulação, ou fluidos naturais característicos do seu corpo.

“A calcinha absorvente é um produto relativamente novo no mercado e que traz uma experiência mais natural da mulher com o seu próprio sangue. Enxergamos nesta calcinha, pelas pesquisas existentes, uma alternativa muito mais saudável para as mulheres como vestimenta para os seus dias de fluxo menstrual. É também uma alternativa muito mais saudável para o meio ambiente, pois é produzida com tecidos biodegradáveis”, explica Tássia Murad.

As calcinhas contribuem para a sua saúde íntima feminina, evitando alergias aos materiais artificias dos absorventes descartáveis em contato com a pele e reduz o descarte de lixo – em média, os materiais usados nos absorventes íntimos levam 500 anos para se degradar e a mulher usa, em média, 20 absorventes descartáveis por fluxo. Em dois anos, ciclo de vida médio da calcinha F L U XO, a mulher usaria 480 absorventes íntimos.

As calcinhas além de prática e confortável, também são bonitas e cheias de estilo, para que a mulher não se sinta feia naqueles dias. Para atender os fluxos menstruais da mulherada, são três linhas, a intensa, a moderada e leve. Elas precisam observar o seu fluxo e usar aquela de acordo com o volume menstrual. Muitas iniciam nos primeiros dias o período menstrual de forma intensa e vai reduzindo com o passar dos dias. “A mulher deve identificar qual fluxo ela tem e montar o seu kit de calcinhas, que dura em torno de 12 horas, assim como um absorvente comum e trocar no fim do dia. Elas podem inclusive lavar na máquina de lavar, desde que use apenas sabão neutro, para não tirar a absorção da calcinha”, detalha a designer. No forro da calcinha, onde ficaria o absorvente comum, existem quatro camadas de tecidos costurados que vão fazer a função do absorvente, absorvendo o sangue menstrual, permitindo que não haja vazamento.

O interior da calcinha é feito com materiais naturais como o modal, que garante conforto para a pele e alta absorção de fluidos, e, no seu exterior, é usado a poliamida biodegradável, que leva apenas três anos para degradar no meio ambiente. O que faz a mulher ficar sequinha durante o seu fluxo é o interior absorvente da calcinha que conta com a tecnologia de três camadas de tecidos: a primeira absorve o fluido e seca rapidamente, a do meio garante a alta absorção do fluido e, a última, é impermeável para que o fluido não vaze, característica garantida pela fina camada tecnológica do PUL.

A linha bio F L U XO também tem impacto social, já que é produzida pelas mães dos alunos atendidos pela APAE de Três Pontas, gerando receita para a comunidade. “Muitas mães vivem histórias parecidas de cuidado exclusivo e exaustivo com os filhos, já sofreram alguma violência doméstica ou abandono dos pais dos filhos e, muitas vezes, ocupam uma posição vulnerável economicamente, pela impossibilidade de atuarem no mercado de trabalho. Por isso, o objetivo maior do programa é a inclusão dessas pessoas nas oficinas como novas forças produtivas e a criação de produtos que preservem a natureza, empoderem mulheres e eduquem o consumidor para novas formas de consumir com consciência e a instauração de uma economia solidária”, conta Tássia.

Os produtos da marca VIES são comercializados nos canais digitais do @vies_apaetp nas plataformas Instagram, Facebook e WhatsApp Business. A marca contará, ainda, com outras quatro linhas de produtos: linha nature P E L E, lingeries com corte a fio que não marcam na roupa, inspiradas pela natureza; linha S O U L modal, lingeries 100% modal; linha X I X I suave, de fraldas reutilizáveis; e linha M I N I M Algodão, lingeries com tecidos 100% algodão orgânico.

O projeto também tem produtos feitos com trabalhos manuais como crochê e bordados. Junto com a principal crocheteira do projeto, a Rachel, deficiente visual que surpreende as pessoas por sua habilidade, o VIES prepara o lançamento de peças em crochê feitas com tecidos descartados pela indústria têxtil da cidade.

Novas forças produtivas

O objetivo do projeto VIES é incluir pessoas que estão a margem do sistema de mercado convencional na produção. As pessoas com deficiência não tem tanta abertura no mercado de trabalho, já que o mercado exige alta produção, disponibilidade de tempo para carga horária, o que não se alinha ao modo de vida destas pessoas. Desde sua fundação há 50 anos, que serão completados este ano, a Apae está ampliando este cuidado, pensando nas pessoas com deficiências físicas e intelectuais e seus familiares.

As mães que são as cuidadoras e provedoras do lar, não conseguem se enquadrar dentro deste mercado profissional convencional. Entre os motivos é que elas recebem do Governo Federal, o benefício chamado de Benefício de Prestação Continuada (BPC), e juridicamente não podem ter registro. E mesmo se abrissem mão dele, que é de um salário mínimo e se fossem para o mercado de trabalho, não conseguiriam tempo para dedicar aos seus filhos, isto tudo prejudicaria o desempenho delas no trabalho.

As novas forças produtivas abrem o mercado às pessoas que precisam de flexibilidade e de um ambiente mais acolhedor e de um tempo diferente para produzirem. A Apae está incluindo usuários com 18 anos e seus familiares, principalmente as mães. Enquanto as crianças estão sendo atendidas na Apae, seja na escola ou nos projetos, elas estão nas oficinas e nas salas de produção, fabricando as calcinhas, mas ao mesmo tempo perto dos filhos, atuando em um horário flexível. A coordenação monta os grupos de acordo com a disponibilidade de cada uma.

A cada venda das calcinhas elas vão ter o retorno financeiro do trabalho delas. Como não podem receber salário, a Apae optou por criar uma nova moeda em parceria com o Moacyr Supermercados, espécie de um voucher que elas podem comprar o que precisam e é da necessidade e vontade da família no estabelecimento comercial.

Projeto VIES

O projeto surgiu em 2020 ao final do mestrado no Programa Interdepartamental de Pós-Graduação Interdisciplinar em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade (Pipaus) da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), quando Tássia Murad Abreu decidiu aliar os novos aprendizados à execução de trabalho procurando a APAE de Três Pontas como parceira para experimentar um novo modo de educação e consumo que provocasse mudanças na realidade das pessoas atendidas pela instituição. O VIES é um projeto social, educativo e profissionalizante que tem como principal objetivo incluir as pessoas com deficiência e seus familiares em situação de vulnerabilidade social e econômica, possibilitando o desenvolvimento de produtos que estimulem as habilidades de confecções de peças de vestuário.

A superintendente da Apae Maria Rozilda Gama Reis, revela que já era admiradora da designer Tássia Murad e quando ela levou esta proposta de levar as famílias para a instituição, junto com o usuário e o educando, viu a possibilidade de buscar realmente recursos do Município, dando sustentabilidade para este recurso que era descartável. Empresas que fazem o descarte de muitos materiais se tornaram parceiras do projeto e a Apae passou a reutilizá-los. O Projeto VIES tem a parceria do banco SICOOB e da empresa Tecnotêxtil, além de voluntários que apoiam o programa com suas habilidades: Gilson (mecânico de máquinas), Ana Lima (fotógrafa), Luiza Tiso (cabelereira), Simone Rabello e Rubio (maquiadores), Gabriela Miranda (fitoterapia), Raphaela Morais (comunicação e marketing) e José Wander Imbrizi (transporte de ônibus).

Tássia participou de reuniões na Apae, fez uma pesquisa de acordo com que a instituição sonhava, incluindo inclusive os deficientes visuais. Rozilda sempre teve a vontade e atua para que as famílias sejam mais independentes dos recursos que recebem do governo. Na visão dela, ninguém sobrevive com um salário mínimo paga para algumas famílias, que são literalmente consideradas miseráveis, pela renda que tem. Por isso, é preciso listar as despesas naturais que elas tem como água, luz e alimentação, acrescido aos gastos com medicamentos caros. “Esta é uma forma de melhorar a renda destas famílias. Criar este projeto foi um trabalho feito por várias mãos. Tivemos o cuidado de isentar a instituição de qualquer problema trabalhista que possa ter no futuro. Pensou também na liberdade de escolha das famílias, ao trocar o voucher por produtos que elas querem no supermercado” detalha Rozilda Gama.

Tássia Murad Abreu

Mestra em Artes, Urbanidades e Sustentabilidade pela Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Minas Gerais. Morou na Itália para trabalhar na indústria do vestuário, com moda praia (atuou na rede de fast fashion Yamamay), e, anteriormente, na Inglaterra, expandindo seus conhecimentos em Moda e Artes Visuais. Graduada pela Faculdade Santa Marcelina, em São Paulo, onde morou por 17 anos, atuando por oito anos como estilista na empresa Amir Slama, e três anos como arte educadora (Dante Alighieri, Michael Waldorf).

Serviço:

Calcinhas absorventes da linha
Bio F L U X O acesse o instagram @vies_apaetp !
https://instagram.com/vies_apaetp?utm_medium=copy_link
Tamanhos:
P, M, G, GG, XG
Valores
R$99,00 fluxo intenso
R$89,00 fluxo moderado
R$79,00 fluxo leve
Formas de pagamento:
Pix ou dinheiro
Chave do pix:
[email protected]

Logo haverá a opção do cartão também
Você pode retirar sua compra na portaria da Apae, ou pode receber via entregador (R$7,00), ou por correio para outras cidades (frete a cobrar). Para conhecer o VIES é preciso agendar a visita. A Apae-TP fica na Rua Barão da Boa Esperança, 420, no Centro.

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