Mulher teve a criança debaixo do chuveiro, ele nasceu com vida e poderia sobreviver. Vídeo mostra ela lançando o bebê. Depois do crime, ela seguiu a vida normalmente e participou inclusive de festas

 

A Polícia Civil realizou entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (04), para revelar detalhes da prisão da jovem de 23 anos, que confessou ter matado o próprio filho recém nascido e jogado em um ribeirão no Centro de Três Pontas.

O corpo do bebê foi visto por moradores que estavam fazendo caminhada na Avenida Zé Lagoa. Eles acionaram o sargento da Polícia Militar Edwar Naves, que entrou dentro do ribeirão e fez o resgate, quando o menino era levado pela correnteza. A Polícia Militar foi chamada e acionou a Perícia da Polícia Civil.

Menos de 24 horas depois, a polícia já havia identificado a mãe, que havia escondido a gravidez da família. Ela foi presa quando fugia para São Paulo (SP), para a casa de sua mãe. Ela pegou um ônibus as 8:30 da manhã desta segunda-feira na Rodoviária e tinha a intenção de se esconder. Os policiais da cidade descobriram o veículo e inclusive o assento que ela ocupava e fez contato com a Polícia Rodoviária Federal (PRF). A mulher foi presa na altura do quilômetro 30 da Rodovia Fernão Dias, em Bragança Paulista (SP).

Força policial – Polícia Civil e Rodoviária Federal prenderam a mulher de 23 anos, que confessou ter jogado o próprio filho recém nascido em ribeirão. Foto: Divulgação PCMG

O delegado de Três Pontas Dr. Gustavo Gomes e a delegada Dr. Renata Fernanda Gonçalves de Rezende, com a equipe que atuou no caso deram detalhes do caso, que repercutiu em todo o Brasil. Eles enfatizaram por várias vezes, o esforço da equipe que começou imediatamente as investigações, logo após o encontro do corpo no ribeirão e a integração com a PRF. A parceria formada com outras forças, tem trazido resultados extremamente positivos para a comunidade.

Após ser presa, ela foi levada para a Delegacia Regional de Pouso Alegre, onde foi informada que a justiça havia expedido um mandado de prisão contra ela e prestou depoimento. Inicialmente tentou algumas justificativas para ter cometido o crime, mas depois acabou tendo que contar a verdade. A mulher teve uma gravidez que não foi planejada, descobriu tardiamente, com um rapaz que ela inclusive conhece, porém, os familiares que moram com ela no bairro Cohab Ouro Verde não sabiam da gestação. A gravidez não teve nenhum acompanhamento médico. No imóvel, os policiais encontraram remédios para enjoô e apreendeu um short com marcas de sangue.

Ela contou que na quarta-feira da semana passada, começou a sentir dores e na madrugada do dia seguinte, acabou tendo a criança. O bebê veio ao mundo no banheiro da casa, embaixo do chuveiro. A criança nasceu viva e ela o colocou em cima da cama. Ela mesmo cortou o cordão umbilical. Depois, ela pegou um saco plástico e o colocou dentro, foi até a rua e jogou em frente a sua casa, na Avenida Oswaldo Cruz, próximo do terminal rodoviário.

Imagens de uma câmera de segurança registraram a ação. A desova foi por volta de 3h30 da madrugada. Ela roda o saco e depois lança no ribeirão. Com a chuva e uma obra do Saae realizada fez com que o volume de água crescesse e a correnteza também. Isto fez com que o bebê descesse e o saco fosse rasgado.

Short apreendido na casa dela estava com marcas de sangue

A mulher seguiu uma vida normal até este domingo. Ela foi inclusive em festas e bebeu com amigos em bares. Porém, com a repercussão que o caso tomou na região, ela decidiu ir embora. Ela estava junto a filha de 5 anos, que foi entregue ao avó paterno.

Em momento algum, a mulher demonstrou arrependimento com o que havia feito com o seu próprio filho. A frieza foi tanta, que sua única preocupação, de acordo com o inspetor da Polícia Civil Gustavo Domingos, era ser presa e ser morta no presídio.

A criança nasceu com vida e tinha totais condições de sobreviver e o laudo aponta que ela não morreu da queda (ao ser lançada no ribeirão) e nem afogada. A suspeita é que a causa da morte seja por asfixia, conforme apontou o laudo da necrópsia. “O bebê encontrado com um quilo e 700 gramas, deve ter nascido entre o 7º e 9º mês de gestação. Ele tinha totais condições de sobreviver, mesmo nas condições que o parto foi feito. Bastasse ela ter acionado o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), ou procurado ajuda médica” afirma o delegado Gustavo Gomes, que acrescentou que a mãe foi de total frieza e classificou como um caso macabro. Tanto é que em uma conversa dela pelo whatsapp com uma amiga, hora nenhuma ela fala da criança.

O escrivão Stéfany Assunção destacou que a população mais uma vez teve papel importante na elucidação do crime, ao denunciar o caso. Haja vista que a extensão do ribeirão é bastante grande e caso demorasse, eles poderiam não encontra-la mais. Ela não demonstra e não tem histórico de depressão.

A Polícia Civil tem 10 dias para concluir o inquérito que foi instaurado. Outras diligências devem ser realizadas e novas pessoas devem ser ouvidas, inclusive o pai da criança. Ela manteve um relacionamento conturbado com ele.

A mulher foi levada para o Presídio de Santa Rita do Sapucaí, que é porta de entrada para mulheres na regional de Pouso Alegre. A acusada deve responder por infanticídio, ou por homicídio com ocultação de cadáver.

Fotos: Denis Pereira – Equipe Positiva

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