Por Mariana Tiso, Equipe Positiva

Em meio aos desafios enfrentados pela comunidade LGBTQIAPN+ no Brasil, nasce em Três Pontas um movimento que clama por respeito, igualdade e dignidade: a “I Manifestação Cultural Contra a Intolerância de Gênero e Direito de Igualdade. Um dos organizadores do evento é Matheus Pinelli, que falou com a Equipe Positiva, sobre a essência e os objetivos desse movimento tão importante.

O Brasil, infelizmente, é o país onde mais se registram assassinatos de travestis e agressões contra pessoas LGBTQIAPN+. Matheus destaca que essas agressões são motivadas pelo simples fato de viverem uma vida autêntica e verdadeira. “Somos vistos por muitos na sociedade como errados, pessoas de má índole, simplesmente por sermos quem somos. O nosso gênero não define nosso caráter”, ressalta.

O Movimento LGBTQIAPN+ de Três Pontas é fruto da união e determinação de três pessoas: Patrícia de Brito, Matheus Pinelli e Alex Negredo. Eles são os pioneiros em levantar essa bandeira na cidade, enfrentando a intolerância de gênero que resulta em ameaças e até mesmo agressões verbais e físicas.

Para dar visibilidade e promover a conscientização sobre a importância da diversidade, o movimento está organizando um evento marcante, que acontecerá no dia 19 de maio, a partir das 14:00, no Parque Multi Uso da Mina do Padre Vitor. O evento contará com o apoio de diversas ONGs, palestras sobre diversidade, apresentações de dança e música, trazendo alegria e celebração à causa.

Às 17:00, está prevista uma caminhada pela diversidade, que culminará na Praça Tristão Nogueira, onde continuará o encontro. Representantes de outras cidades, como Alfenas, Varginha e Guaxupé, estarão presentes, unindo forças para fortalecer ainda mais essa luta por direitos e deveres iguais.

O Movimento LGBTQIAPN+ de Três Pontas está enfrentando não apenas os desafios nas ruas, mas também nas redes sociais e em parcerias com locais privados. Matheus Pinelli, um dos organizadores, revela que estão sendo alvos de ataques virtuais e há quem busque minar essa parceria com locais privados, como se a segregação fosse aceitável nos dias de hoje.

Um exemplo recente disso é o evento “Spetto com Diversidades – Mães da Diversidade”, agendado para esta quinta-feira, dia 9 de maio, no Spetto. Trata-se de uma iniciativa familiar, normal e que deveria ser aceita naturalmente. No entanto, pessoas tentam sabotar esse tipo de parceria, ignorando o direito básico de todos de participar de eventos que celebram a diversidade.

O Spetto, mesmo diante desses julgamentos, permanece firme em sua parceria com o Movimento LGBTQIAPN+. Essa postura destaca a importância de estabelecimentos comprometidos com a inclusão e a igualdade, não se deixando intimidar pelos preconceitos alheios.

O Movimento, no entanto, não se deixa abater. Matheus e sua equipe estão determinados a continuar lutando, enviando uma mensagem clara de que não serão os ataques e o preconceito que os farão desistir de tudo pelo qual têm lutado.

É importante destacar que esse tipo de comportamento é não apenas moralmente errado, mas também ilegal. Tanto o crime de racismo quanto o de injúria racial são puníveis por lei. A injúria racial, em particular, é inafiançável e imprescritível, com pena de prisão de dois a cinco anos, podendo ser dobrada se cometida por duas ou mais pessoas.

Os crimes de racismo e injúria racial representam formas graves de discriminação e violação dos direitos humanos. Enquanto o crime de racismo pune ofensas discriminatórias contra um grupo ou coletividade, o crime de injúria racial penaliza quem ofende a dignidade de outra pessoa utilizando elementos referentes à raça, cor, etnia ou procedência nacional.

É importante ressaltar que esses crimes foram igualados por entendimento do próprio Supremo Tribunal Federal (STF) e por uma lei sancionada pelo então presidente, em janeiro. Com a nova legislação, a injúria racial passou a ser considerada inafiançável e imprescritível. Isso significa que não há possibilidade de pagamento de fiança para a liberdade provisória e que o crime pode ser punido a qualquer tempo, sem limite temporal para sua prescrição.

Essas medidas visam fortalecer o combate ao racismo e à discriminação racial, garantindo uma resposta efetiva do Estado diante de atos que atentam contra a dignidade e os direitos fundamentais das pessoas.

Portanto, é essencial que a sociedade esteja ciente da gravidade desses crimes e que todos contribuam para promover um ambiente de respeito, inclusão e igualdade para todos, independentemente de sua raça, cor, etnia ou origem.

Diante desses fatos, é evidente que o preconceito e a intolerância não têm lugar em nossa sociedade. O Movimento LGBTQIAPN+ de Três Pontas, assim como qualquer iniciativa que busque a igualdade e o respeito, merece apoio e solidariedade, não ataques e discriminação.

Matheus Pinelli destaca que, apesar das dificuldades encontradas durante a organização do evento e do movimento, há também apoio e solidariedade vindos de pessoas que realmente abraçaram a causa. “Seguimos em frente, pois não lutamos apenas por nós mesmos, mas por todos que nos representam e nos respeitam, e por toda a comunidade LGBTQIAPN+”, enfatiza.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here