*Espaço de orações e despedidas às famílias, leva o nome de José Rodrigues, português que enfrentou dinamites para evitar que as pontes do Pontalete fossem dinamitadas

A Prefeitura entregou na manhã desta terça-feira (04), ao Distrito do Pontalete, em Três Pontas, as obras de construção do Velório Municipal. O espaço leva o nome de José Rodrigues, cidadão que tem sua história diretamente ligada ao Distrito, antes e depois do Lago de Furnas.

O Velório Municipal permite que as famílias enlutadas tenham um local digno para o velório de seus entes queridos. Moradores da região precisam velar familiares em casa, já que a maioria deles são evangélicos e a Igreja de São Sebastião, Padroeiro do Distrito, não é usada mais para velórios.

A cerimônia contou com a presença de algumas autoridades municipais, como o vice prefeito Luís Carlos da Silva, que representou o prefeito Marcelo Chaves Garcia, o presidente da Câmara vereador Antônio Carlos de Lima e o vereador Luciano Reis Diniz.

O presidente da Câmara Antônio do Lázaro destacou a satisfação em ter lutado por mais esta conquista aos moradores do Pontalete e da região, que agora poderão velar seus entes queridos de forma mais tranquila. Ele enalteceu a parceria com os deputados Mário “Caixa” e Diego Andrade que tem feito os seus sonhos que são das comunidades Pontalete e Quilombo, sendo realizadas.

O vice prefeito Luisinho começou falando da importância de ter pessoas certas nos lugares certos, lutando por coisas certas. Se referiu ao deputado Caixa, que luta diariamente na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e junto ao Governo do Estado, por todas as áreas, da cidade e nos Distritos do Pontalete e Quilombo. Com a atuação dos dois parlamentares que são majoritários no Município e a visão administrativa do prefeito Marcelo, é que segundo Luisinho, a equipe tem conseguido trabalhar tanto. Sobre o asfalto, adiantou aos moradores presente que até no Quilombo logo será entregue nos próximos dias.

Sobre o Velório, ele esclareceu que foram economizados na verba, o valor de R$27 mil. A Prefeitura já pediu autorização da Caixa Econômica Federal para usar os recursos no cercamento, para melhorar ainda mais o local, demonstrando a responsabilidade com o dinheiro público, que a gestão tem

O deputado estadual Mário Henrique “Caixa”, falou da alegria em destinar verbas de suas emendas e aquelas conquistadas junto ao Estado, para município que é sua terra natal e saber que ele está tão bem empregado. Nunca deixou Três Pontas. Se colocou a disposição para atender as demandas da população.

José Rodrigues – um defender do Pontalete

Em nome do homenageado, o seu neto Pedro Rodrigues da Silva, “Pedro o Poeta”,(foto) fez um discurso reforçando a trajetória do avô e seu amor por aquele lugar. Pedro conseguiu como sempre transformar o fato em poesia e não deixou de marcar a cerimônia com seus versos que sempre trazem alegria a quem está o ouvindo.

De origem portuguesa, José Rodrigues nasceu em Rio de Loba, Comarca de Viseu. Foi casado com Purcina Alves Rodrigues, a Dona Cinoca, que conheceu em Varginha. A conquistou lhe oferecendo doces e casou depois de um ano de namoro. O sogro possuía uma grande fazenda no Pontalete e para lá foi o casal. Na verdade era o Pontalete inteiro. José Rodrigues tomou conta da propriedade. Depois seu sogro começou a vender glebas de terra da fazenda para a construção de casas, tendo feito a doação dos terrenos para a construção da Igreja e do Cemitério do Distrito. Logo em seguida seu sogro acabou vendendo o restante da fazenda. Naquela época, José Rodrigues abriu um comércio de secos e molhados e com o fruto de seu trabalho conseguiu adquirir terras, nas quais plantava verduras, alho, arroz, eucaliptos e também café.

No Pontalete, o casal teve 9 filhos, dos quais somente dois estão atualmente vivos: Libelia Rodrigues Alves Guilger e Silvio Rodrigues Alves. “Seu Rodrigues” como era chamado por todos, trabalhou muito no Pontalete. Contudo, quando sua situação financeira parecia confortável, ocorreu um fato que mudou a vida de muitas pessoas, em especial quem morava na localidade: a represa de Furnas inundou quase toda a área em que se localizava o Distrito. Tudo o que José Rodrigues acumulou durante anos de esforço contínuo, 8 casas e glebas de terra foi perdido, tendo sido objeto de indenização irrisória pelo Estado.

Um fato inusitado envolvendo o homenageado foi que antes da represa, existiam no Pontalete duas pontes, que ligavam os municípios de Três Pontas, Paraguaçu e Elói Mendes. José Rodrigues acompanhado de vários moradores, empunhou sua espingarda, tendo impedido que as pontes fossem destruídas. Graças a este episódio, após mais de 40 anos embaixo d’água, quando a represa baixou seu nível, tais pontes serviram como ligação entre os municípios vizinhos. Na década de 90, após mais de 70 anos distante de sua terra natal, ele retornou em visita a Portugal. Retornou ao Pontalete onde viveu até os seus 93 anos de idade, vindo a falecer em 1998.

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