*Projeto vai levar cultura às escolas e comunidades de Três Pontas e promover integração em desfile de Carnaval 2024

Entrevista: Denis Pereira – A Voz da Notícia
Texto: Mariana Tiso

O ano de 2024 promete ser marcante para Três Pontas, com a Batucada Tambanauê liderando uma iniciativa que irá redefinir os ares da cidade. É que o grupo de artistas e músicos trespontanos, foi um dos 25 projetos incentivados financeiramente pela Cemig. O patrocínio é oferecido através da Lei Estadual de Incentivo à Cultura (Leic) e concorreu em um edital do Carnaval da Liberdade Cemig 2024. São projetos artísticos com temática de Carnaval, como os blocos, os blocos caricatos e as escolas de samba. Na região, Três Pontas é o único município com projeto aprovado, sendo os demais Belo Horizonte, Contagem, Sabará, Juiz de Fora, Tiradentes, Teixeiras, Uberlândia, Divinópolis, Itapecerica, Itaúna, Oratórios, Rio Doce, Ponte Nova, Paracatu, Tiros e Diamantina. São ao todo um investimento de R$5 milhões.

Um dos líderes do grupo, Helbert Gama afirma que eles estavam na fase de capacitação de verba quando surgiu a oportunidade com a Cemig. O projeto, denominado Batucada Tambanauê e Oficinas tem como finalidade levar a cultura do Carnaval para os bairros e escolas do município de Três Pontas. A ação principal do projeto ocorrerá na Praça da Liberdade, ou Pracinha do Galo, que é onde tudo surgiu e eles se reúnem. Eles nunca tiveram apoio tão importante, além de uma emenda impositiva destinada pelo vereador Sérgio Eugênio Silva que viu o grupo surgir e acompanha o crescimento da mais antiga batucada da cidade. Eles são ao todo 30 profissionais, entre músicos e equipe técnica e produção.

O grupo artístico recebeu um recurso que obviamente veio em um momento certo. Gabriel detalha: “É um investimento considerável, que dará o pontapé inicial para fortalecermos a identidade do Carnaval em toda sociedade trespontana. Estamos ansiosos para trazer o bloco e as oficinas de música para os bairros da cidade”.

A proposta inicial do projeto envolve a realização de oficinas nas escolas, em dois pontos distintos do Município. Isso, assim que o ano letivo começar, levando cultura nos estabelecimentos educacionais.

A ideia é juntar as duas oficinas, mais uma terceira que já é uma parceria com a APAE, no Dia da Cidade, em 03 de julho, e apresentar um bloco no final do desfile. Serão quatro turmas, incluindo a batucada, com mais de cem pessoas na bateria, para fechar os desfiles cívicos em comemoração ao aniversário da cidade. A participação da Banda da APAE, à qual Helbert se juntou em 2020, adiciona um componente especial ao projeto. A Banda da APAE é uma parte fundamental. Eles vão ensaiar e desfilar também na terça-feira de Carnaval.

“A escolha da terça-feira de Carnaval não é por acaso. Queremos eternizar esse dia como o momento em que as pessoas de Três Pontas podem prestigiar o Bloco Batucada Tambanauê. Assim como o Monobloco no Rio de Janeiro e o Olodum em Salvador, na Bahia, que são nossas fontes de inspirações, queremos ter nosso dia especial”. A decisão sobre o percurso do desfile está em andamento, considerando a logística e o peso dos instrumentos utilizados. Eles vão desfilar junto ao mini-trio elétrico.

A Batucada Tambanauê surgiu no final de 2007, numa apresentação de 15 minutos na inauguração do Sambódromo Jaime Abreu, na Avenida Oswaldo Cruz. Ali iniciou tudo, com o nome ainda de Batucada Bica Galo, na época em parceria com Rovilson Andrade. No ano seguinte, eles tocaram os quatro dias de Carnaval e depois surgiu o nome Tambanauê. O nome que representa de fato o que eles são. ‘Tam’ vem de tambor; ‘ba’ de batuque; auê é uma palavra africana que lembra festas. “É um sonho que agora se tornou realidade com apoio de empresas, patrocínios e pessoas que estão junto conosco querendo ver o negócio acontecer”, afirma Gabriel, demonstrando que o alvo é espalhar cultura e felicidade em ritmo de batucada em toda região.

Helbert Gama e Gabriel “Bibi”, engajados com o social através da Tambanauê

A trespontana Samira Torres Lamaita, que atualmente está na Secretaria de Cultura e Turismo do Estado de Minas Gerais, foi fundamental para viabilizar que isto estivesse acontecendo. “Samira foi uma grande amiga que abraçou o projeto. Ela nos incentivou a criar o projeto e buscar verba no Estado e em grandes empresas. Ela nos deu um empurrão, e foi incrível ver o projeto se concretizando depois”, comenta Helbert.

A empolgação de Gabriel de Brito e Helbert Gama é contagiante, refletindo o comprometimento da Batucada Tambanauê em levar a cultura da percussão a todos os cantos de Três Pontas. A cidade se prepara para vivenciar não apenas um Carnaval festivo, mas uma verdadeira celebração cultural que unirá música, tradição e alegria. O projeto promete ser um marco na história da cidade, deixando um legado de inclusão, identidade cultural e amor pela música.

Ensaio geral

A Batucada Tambanauê marcou um ensaio geral no dia 1º de fevereiro, na Praça da Liberdade. O evento está todo autorizado juntos aos órgãos públicos e inclusive a Polícia Militar e seguirá todos os protocolos exigidos pelo Município e o Estado. Foram contratados sanitários e serviço de segurança privada. Quem quiser ajudar no projeto e adquirir o abadá personalizado, pode adquirir no Tibil Barber Shop, na Quality Brasil e com os integrantes da Tambanauê. O valor é de R$45, sendo o copo, a camiseta e a pulseira.

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