Por Loui Jordan

A onda roxa que mais se parece uma onda vermelha com outro nome e um item capital de imposição, jogou um balde de água fria no consumidor, justamente no dia 15 de março, dia do consumidor. Porém, não somente no consumidor, essa água vai espirrar em toda cadeia de produção, muito embora a medida tenha suas justificativas e vise o bem, é mais uma estratégia que tem absolutamente tudo para não obter êxito e colocar outros gigantescos pontos de interrogação na cabeça dos governantes, sejam os prefeitos ou até mesmo o governador.

Bem, como é sabido, a onda roxa é impositiva, por tanto quando é aplicada, não existe democracia. Ontem, segunda-feira (15), o Governador Romeu Zema, do Partido Novo, anunciou que o Estado de Minas Gerais ficará sob o “controle”, digamos assim, da onda roxa, ou seja, restrições mais “severas” serão impostas, isso tudo vai valer a partir de quarta-feira (17). Dito isso, qual o problema em aplicar a onda roxa?

São muitos itens negativos, mas vale destacar quatro grandes itens. Primeiro, a criação da onda roxa é a acusação de um erro do próprio estado ao ter dado autonomia aos municípios achando que os mesmos teriam decisões conscientes a partir de sua visão mais próxima e clínica. Segundo, economicamente é um tiro no pé, o próprio Governador reconhece que a medida é prejudicial para a economia, uma espécie de mal necessário. Terceiro, é uma incoerência pantagruélica, um exemplo foi o retorno das aulas presenciais em formato híbrido em alguns municípios do Estado de Minas Gerais, os especialistas que defenderam o retorno às aulas, estão em divergência com os especialistas do Comitê no qual o Estado se utiliza para tomar decisões, mais do que isso, é uma hipocrisia sem tamanho as tais definições do que é ou não essencial.

Quarto e último item importante é que estão punindo quem trabalha e sendo impunes com quem faz festas e aglomerações desnecessárias nesse momento crítico. Contudo, não existe contingente suficiente para fiscalizar, a falta de consciência de parte da população mineira é também demérito da cultura educacional proposta pelo Estado ao longo dos anos e em certos pontos, pirraça pelo fato do próprio Estado em certas ocasiões não ter dado o exemplo, como no Carnaval de 2020, quando autorizou a festança e o vírus se espalhou.

Além disso, certas áreas da sociedade são subestimadas. A Educação Física que cumpre um papel fundamental em uma sociedade, está totalmente em terceiro plano, as academias não são consideradas área de saúde na onda roxa e nem na onda vermelha era, mas provavelmente de estética, é bem verdade que as pessoas procuram a academia muito mais por estética, entretanto, é uma área de saúde e que nesse cenário pandêmico, contribui muito para fortalecer a saúde de todos que frequentam esse circuito de atividade física. Mais do que isso, o comércio parece ser um estabelecimento que só serve para contribuir com imposto para o Estado, é o primeiro a ser fechado quando “a coisa aperta”, mas o imposto que as Prefeituras e o Estado arrecadam do comércio, esse sim é essencial, o Estado será extremamente prejudicado com o comércio trabalhando em Home Office, no caso em delivery.

Por fim, é um tema que divide opiniões, mas o pior é que acaba dividindo vidas. A grande questão é buscar o equilíbrio e punir quem deve ser punido, as festas continuarão a todo vapor, os toques de recolher seguirão inoperantes, até porque sem o amparo do Estado de sítio ele perde potência, e é bem verdade que todas essas medidas são necessárias nesse momento, mas quem provocou os efeitos negativos para que essas medidas fossem colocadas em pauta, não foram os trabalhadores, mas sim as pessoas de consciência “assintomática”, incluindo algumas entidades. A medida é arriscada, injusta pelos critérios, e que se entende a necessidade, a única necessidade que poucos entendem é a que cada um tem conta pra pagar e comida pra colocar na mesa.

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