O Colégio Travessia promoveu o 2º Simpósio de Ciências Sociais que este ano tratou dos Direitos e Dificuldades das Pessoas com Deficiência, na manhã de quinta-feira (04), no Centro Cultural Milton Nascimento, em Três Pontas.

O evento, realizado anualmente pela escola que integra o Grupo Unis é uma iniciativa das disciplinas de Filosofia e Sociologia, buscando abordar questões sociais relevantes que demandam análise, reflexão e ressignificação. Ele é construído através de estudos históricos, políticos e sociais, feitos pelos próprios alunos e apresentados por eles, destacando condições atuais e as questões ligadas à acessibilidade, tecnologia, material didático e políticas públicas.

A organização envolveu todas as escolas municipais, estaduais e particulares de ensino, que enviaram cada uma delas, 10 alunos para acompanhar as apresentações dos estudos e pesquisas feitas pelos estudantes. Professores, funcionários, a direção do colégio e o vice prefeito Luis Carlos da Silva, que acompanharam a abertura do encontro.

O evento não se restringiu às salas de aula, mas também envolveu autoridades locais, profissionais da saúde e representantes de entidades como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e os assistidos pela Centro de Atenção Psicossocial (Caps), demonstrando o engajamento da comunidade nas causas inclusivas. Junto disso, consciência, respeito, equidade e amor foram debatidos como necessidade para colocar as ações em práticas.

O diretor Myller Bueno, idealizador do simpósio, destaca a importância de trazer à discussão temas como os direitos e desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência na sociedade contemporânea. No ano anterior, o evento abordou a apropriação cultural, enquanto este ano concentrou-se nos aspectos relacionados à inclusão e acessibilidade.

Além das apresentações realizadas no simpósio, os alunos participantes receberão materiais de estudo para promoverem debates e multiplicarem conhecimento dentro de suas próprias escolas, atuando como agentes de conscientização.

Durante as discussões, foram evidenciadas as dificuldades enfrentadas por pessoas com deficiência, como a falta de estacionamentos adaptados, obstáculos em vias públicas e a escassez de recursos para pessoas com deficiência visual e auditiva.

O evento ressaltou a necessidade de conscientização da sociedade e o apoio a políticas que promovam a inclusão e a diversidade. Os participantes conheceram com os alunos do Travessia que os termos “portador de deficiência” e “portador de necessidades especiais (PNE)” não devem ser mais usados. O correto é usar apenas “pessoa com deficiência” ou na forma abreviada “PcD”

O Simpósio sobre Direitos e Dificuldades das Pessoas com Deficiência reforça o compromisso do Colégio Travessia em promover uma educação inclusiva e sensível às demandas sociais, contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa e acessível para todos.

Do Grupo Unis participaram Nathália Marques, líder do Núcleo de Diversidade, Ariana Barros psicóloga Institucional, Beatriz Rocha assistente Social institucional e Renata Mazzeu, diretora Geral do Núcleo de Educação Básica

História

Desde o surgimento de toda a sociedade, as pessoas que nasciam com deficiência eram consideradas “invisíveis” para as pessoas. As práticas de eutanásia na Alemanha após o final da Primeira Guerra Mundial eram apenas uma das formas de matar as crianças que nasciam com algum tipo de deficiência.

No Brasil, a cultura de alguns povos indígenas costumava “eliminar” as pessoas que nasciam com deficiência, ou abandonavam a pessoa que manifestavam a deficiência mais tardiamente. Isso se dava normalmente devido às crenças que isso poderia ser um castigo ou sinal de Deus sobre coisas ruins que iriam acontecer, e por isso sacrificavam as crianças como uma forma de mostrar “temor”. Obviamente nos dias de hoje essas práticas acontecem em menor frequência.

Essa expressão pode sugerir que a deficiência é uma carga ou um fardo, criando uma ideia negativa em tom de diminuição em relação à pessoa com deficiência. Além disso, Pessoa Portadora de Deficiência (PPD) ou Portador de Necessidades Especiais (PNE) são termos incorretos e devem ser evitados, uma vez que não traduzem a realidade de quem possui deficiência. A deficiência não se porta, ela é uma condição existencial da pessoa.

PCD

A sigla “PCD”, representa “Pessoa com Deficiência”. Assim, essa terminologia foi adotada para substituir expressões anteriormente utilizadas como “pessoa portadora de deficiência”, “deficiente” e até “pessoas com necessidade especiais”.

Pessoa: Refere-se ao indivíduo como um todo, destacando sua identidade e dignidade independentemente da presença de uma deficiência.

Com: indica a coexistência da deficiência com as demais características da pessoa. A deficiência não é o único aspecto que a define.

Deficiência: foca na condição específica que pode afetas aspectos físicos, sensoriais, cognitivos ou outros aspectos da vida de pessoas.

Adotar a expressão “Pessoa com Deficiência” (PCD) busca-se uma linguagem mais respeitosa, inclusiva e alinhada aos princípios de dignidade e igualdade. O termo “pessoa com deficiência” é o ideal pelo fato de que isso dá maior ênfase no ser humano, não na sua limitação. Não é a deficiência que torna alguém especial e todos somos especiais para alguém em alguma área da vida porque temos qualidades independente de ter deficiência ou não!

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here