Mostrar a todas as crianças, de maneira lúdica, o que é a situação de violência sexual e o que fazer para evitá-la. É com este objetivo, que as secretarias municipais de Educação e Cultura, realizaram um evento chamado “Não me toca seu boboca”.

Este é o título do livro escrito por Andrea Viviana Taubman e ilustrado por Thais Linhares, vencedor do Prêmio Neide Castanha de Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes do Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes na categoria “Produção de Conhecimento” em 2018.

O encontro no Centro Cultural Milton Nascimento, reuniu pais, crianças, professores e todos os órgãos de proteção às crianças, como Conselho Tutelar, Centro de Referência de Assistência Social (CREAS), Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), polícias Civil e Militar, Ministério Público e Defensoria Pública.

Uma forma de oferecer segurança é dar informação, aos pais, mães, familiares, às crianças e também aos profissionais que atuam diretamente na prevenção, combate e na repressão a este tipo de crime.

O tema foi abordado de forma bastante lúdica e didática aos pequenos, que se encantaram com a intervenção de Glauber Reis. Antes de tudo, ele deu recadinhos que os pequenos pareciam estar por dentro do assunto. Assim como papais e mamães dizem, não se pode aceitar nada de estranho, balas, doces, dinheiro, inclusive coisas que eles gostariam de ter, como o álbum de figurinhas da Copa do Mundo. Nunca se deve aceitar convites de estranhos para ir em lugar nenhum, porque isto pode ser muito perigoso.

Personagens infantis interpretados pelo grupo Arte e ManhA, alertaram as crianças de forma lúdica Sobre os cuidados com os adultos que lhe querem fazer o mal

Para contar a história do crime da menina Araceli que foi encontrada morta carbonizada após ser sequestrada, drogada e estuprada, Glauber preparou sua trupe do Arte e Manha, que se transformou de Mônica e Cebolinha, de maneira bem leve explicou com um recital, que a violência cometida há 50 anos, no Espírito Santo, contra a menina que nunca mais voltou para casa, e se juntou aos mistérios que o Brasil jamais esqueceu, visto que o crime nunca teve uma solução, deu origem ao Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual Contra Crianças, comemorado todo 18 de maio. Três Pontas comemora a data todos os anos e uma equipe inclusive ia nas escolas falar com os estudantes, mas nos últimos dois anos, período pandêmico não foi possível, mas estão preparando um super evento para ano que vem. Mas, a conscientização precisa ser agora, todos os dias, pois a violência e o abuso sexual podem surgir de qualquer lugar, inclusive dentro de casa.

Glauber Reis falou de cuidados básicos que crianças precisam tomar para não se tornaram vítima de coisas que adultos do mal fazem

A escritora Andrea Taubman trouxe além de exemplares de seus 19 livros publicados, a personagem Ritoca que sempre a acompanha a levar o conhecimento que tem para um público sedento por informações. É palestrante, tradutora e também contadora de histórias. Ela nasceu em Buenos Aires, mas é naturalizada brasileira. Mora atualmente em Teresópolis, mas já passou por São Paulo e a cidade do Rio de Janeiro.

Ela revela que a ação do abusador é facilitada pela falta de compreensão, por parte da criança, sobre o que é um carinho adequado, até que ponto ele vai e o que não é. Por isso, a melhor forma de prevenir que abusos aconteçam é ensiná-las a diferenciar uma brincadeira de uma potencial situação de risco e fortalecer suas capacidades para que possam se defender e denunciar quando uma pessoa age de maneira inadequada.

A escritora disse que é natural que elas explorem o seu próprio corpo, mas não pode ser brinquedo para outra pessoa. “O nosso corpo é um tesouro que tratamos cuidadosamente, mas se for de um jeito suspeito, está errado. Ninguém deve tocar na gente, mesmo que seja uma pessoa conhecida”, alertou Andrea.

O agressor ou agressora geralmente tenta envolver a criança para que ela imagine que aquilo seja natural. O criminoso não tem cara e não carrega escrito em lugar nenhum que abusa de crianças ou adolescentes. Infelizmente, muitas vezes pode estar dentro de casa, com familiares próximos ou vizinhos e esta hipótese precisa ser levada em consideração.

É preciso ficar atento as mudanças de comportamento. Muitas vezes os pais demoram a atender porque a criança está calada, triste pelos cantos da casa, as vezes sem comer ou vontade de fazer o que fazia. “A criança precisa estar ciente que não existe segredo entre criança e adulto”, justifica. Muitas vezes ela é ameaçada e fica em silêncio, com medo.

A denúncia precisa ser feita, pois os dados estatísticos mostram que apenas 10% dos casos chegam às autoridades.

O Disque-denúncia de Abuso e Exploração Sexual contra Crianças e Adolescentes é o número 100 -, de fácil acesso e memorização para a população. De abrangência nacional e gratuito, o serviço recebe denúncias e as encaminha aos órgãos de defesa.

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