O Ministério da Saúde anunciou esta semana que as mulheres grávidas e puérperas, as mães de recém nascidos, agora fazem parte do grupo de risco do novo Coronavírus (Covid-19). A inclusão desse grupo foi motivada pelo fato delas estarem mais vulneráveis a infecções e, devido a isso, estão em grupos de risco do vírus da gripe. O médico ginecologista e obstetrícia Dr. Carlos Eduardo Coelho Bueno, falou sobre a inclusão das gestantes no grupo de risco. Ele atende gestação de alto risco no Centro Integrado de Assistência a Mulher e a Adolescente (Ciama) de Três Pontas, em regime laboratorial, também clínica médica na UPA de Varginha e é plantonista na Maternidade do Hospital Regional de Varginha.

Ele alerta que os cuidados de prevenção da doença são os mesmos da população em geral, como lavar bem as mãos ou usar álcool em gel, usar máscara se precisar sair e evitar receber visitas.

DR. CARLOS EDUARDO COELHO BUENO

Porque as gestantes e as mulheres que tiveram bebê recentemente, as puérperas, foram colocadas no grupo de risco para o novo Coronavirus?
Ainda não há estudos conclusivos que comprovem um perigo maior da Covid-19 para grávidas e puérperas, mas a inclusão dessas mulheres no grupo de risco levou em consideração a ação de outros coronavírus e vírus gripais já conhecidos e estudados.

Quais os cuidados as gestantes devem ter para evitar o Coronavírus?
As medidas são as mesmas que devem ser tomadas pela população geral, como lavar as mãos com frequência e ou usar álcool gel, fazer o distanciamento social de pelo menos 2 metros, evitar aglomerações, evitar tocar os olhos, o nariz e a boca, cobrir a boca e o nariz com o cotovelo ao tossir e espirrar ou com lenço e depois descartar o tecido usado, usar máscara, em caso de febre persistente ou dificuldade de respirar, procurar atendimento médico o mais rápido possível.

O pré natal deve ser mantido da mesma forma?
Sim. O pré natal deve ser mantido da mesma forma, observando-se os mesmos cuidados preventivos supracitados. Estudos apontam para maior risco de complicações devido ao vírus no último trimestre de gestação.

As mulheres com coronavirus são mais propensas a cesareana?
Não. A Organização Mundial de Saúde diz que não há ligação comprovada de que a cesareana seja necessária em caso de infecção pelo Covid-19.

A Covid-19 favorece o parto prematuro?
Segundo estudo realizado por pesquisadores britânicos parece haver uma relação entre infecção pelo coronavirus e trabalho de parto prematuro . Nesse estudo foram coletados dados de 32 gestantes internadas por causa do coronavirus e constatado que 47 % delas entrou em trabalho de parto prematuramente.

Neste período as mulheres podem ter acompanhantes na hora do parto? E quanto a visita de familiares e amigos nesse período?
Com as novas medidas de isolamento, algumas maternidades já estão permitindo apenas um acompanhante durante o parto. As visitas também foram reduzidas . A medida está prevista entre as diretrizes do Ministério da Saúde, de maneira que deve se limitar o acesso de visitantes e profissionais de saude a quartos de paciente com uma confirmação de caso suspeito. Algumas maternidades tem também reduzido o tempo de internação após realização de cesarena de 48 para 24 horas, obviamente observando as condições da paciente, principalmente no que se refere a comorbidades. Tal medida visa reduzir o período de permanência da mesma no ambiente hospitalar. Até o momento, o distanciamento social parece ser a medida mais eficiente no combate a disseminação do vírus.

O Coronavirus oferece risco às crianças recém nascidas?
Aparentemente as criancas, em geral parecem ser pouco afetadas pela pandemia e estudos iniciais apontam para o fato, inclusive, de que não haveria a chamada transmissão vertical (da mãe para o filho), uma vez que o vírus ainda não fora encontrado no líquido amniótico, bem como no leite materno. Obviamente tornam se necessárias as medidas gerais de higiene para o coronavirus durante a amamentação, bem como uso da máscara.

Considerações finais
Estamos diante de uma situação em que estudos, pesquisas e descobertas se renovam a cada momento. A ciência ainda procura muitas respostas diante desse novo vírus.
Nesse momento cabe a nós cidadãos procurarmos seguir com o máximo rigor possível o que já está preconizado, visando controlar a propagação do vírus, pelo menos a um nível suportável para os recursos disponíveis no nosso sistema de saúde.

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