A Emater protocolou nesta segunda-feira (26), na Prefeitura, o resultado de um levantamento de campo feito pela equipe de seus engenheiros agrônomos, que mostra com precisão, os estragos causados pela geada que atingiu o Município, na madrugada de terça-feira da semana passada, dia 20 de julho. O prefeito Marcelo Chaves Garcia decretou situação de calamidade pública nas áreas afetadas por 180 dias. O gestor se reuniu com o secretário de Agropecuária Maquil Pereira, a secretária de Desenvolvimento Econômico Melissa Chaves e técnicos do escritório local da Emater e avaliaram as perdas ocorridas no café e outras culturas.

A geada foi generalizada e de grave intensidade, promovendo queima das plantas de café. Os dados são confirmados pela Estação Meteorológica da Cocatrel e foi possível verificar através de visitas na zona rural de Três Pontas. O agrônomo Cosme Vitor de Loredo (foto) da Emater, explica que a geada é um fenômeno atmosférico natural que ocorre devido a queda da temperatura do ar. No dia da ocorrência, temperaturas negativas foram registradas no município.

Assim que o dia amanheceu e os produtores foram para as lavouras avaliar os estragos, a equipe percorreu comunidade de propriedades para fazer o levantamento. O município possui um parque cafeeiro de 25.580 hectares de café e foi estimado um dano entre 30% a 40% da área, atingindo áreas de altitude de 770 metros até áreas superiores a 950 metros, o que não é comum e só foi visto a quase três décadas atrás.

Segundo o levantamento, entre 9 mil e 9,5 mil hectares que eram de lavouras em alta produtividade que iriam produzir em 2022 foram atingidas. A perda varia muito e a quebra é irreversível. Tem produtor que vai deixar de colher entre 30% e 50% do que era esperado, mas tem aqueles que perderam absolutamente tudo. Dados da Universidade Federal de Lavras (Ufla) mostram que 20% das lavouras do sul de Minas foram afetadas.

As perdas de safra para 2022 são nítidas e certas, mas somente após um prazo de 15 a 30 dias da geada, é que será possível estimar os prejuízos e a extensão dos danos, sendo o tempo necessário para evidenciar a dimensão do dano. “Alguns estão pensando no extremo de arrancar a lavoura, mas é preciso aguardar para ver como a planta reage ao estrago e talvez ela ainda possa ser recuperada e produza posteriormente”, alertou Cosme Loredo.  O gelo causou danos às células, causando estresse, sendo que várias folhas e ramos estão caminhando para morte. Na geada, a água presente no interior das células congela, causando a morte da célula, do tecido vegetal e nos casos mais graves a morte de toda a planta.

Na cadeia de café também vale ressaltar que vários viveiros foram atingidos e cerca de 2,5 milhões de mudas foram queimadas, é uma quantidade muito grande que vai provocar o desabastecimento e inviabilizando os planos de quem iria plantar.

Outras culturas também foram afetadas e pequenos agricultores de hortifrutis estão com prejuízo. Foram perdidas lavouras de tomate e alface que ficaram congeladas e apesar de ser de produção rápida, deve faltar nas feiras da cidade, além do preço que deve aumentar.

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