*Secretário Alex Tiso disse ainda em entrevista, que não haverá Réveillon e o tradicional Encontro de Companhias de Reis

A Prefeitura de Três Pontas, através da Secretaria Municipal de Cultura, Lazer e Turismo, trabalha para a volta dos seus tradicionais eventos do calendário do Município. Apesar dos números mínimos de casos de Covid-19, o esvaziamento dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital São Francisco de Assis e o ‘fim’ das mortes há mais de 40 dias, o cenário é ainda de incertezas, ainda mais para o poder público.

Ao passar pela pandemia, a equipe da Cultura foi preparando tudo para a volta que parece estar próxima. As comemorações de Natal já foram confirmadas pelo secretário Alex Tiso Chaves, porém, o seu formato ainda está sendo estudado, já que aquele grande movimento na Praça Cônego Victor não vai ocorrer. Réveillon já está descartado em Três Pontas e o Carnaval ainda está sendo estudado e vai depender do cenário epidemiológico. Veja na íntegra a reportagem concedida à Equipe Positiva.

Em relação ao Natal, vocês já tem alguma coisa definida se teremos as comemorações deste ano e a forma que elas serão realizadas?
Alex Tiso – É importante a gente afirmar que esse momento talvez seja o mais indeciso que nós estejamos passando em relação a definição do que vai acontecer. Graças a Deus estamos numa situação infinitamente melhor da pandemia, registrando pouquíssimos casos. Hoje eu tive a notícia que há muitos dias não se registram casos novos, somente um caso em acompanhamento, nenhuma internação, ou seja, é um cenário totalmente diferente do que a gente via há quatro ou cinco meses, mas isso não quer dizer que a pandemia acabou. Então, nós estamos vivendo um momento de incertezas para quem realiza eventos, principalmente no poder público que a gente tem que ter um cuidado redobrado. Diante disso, a gente está começando a estruturar os eventos de forma que consigamos fazer de forma segura, sobretudo para não implicar numa possível volta dessa pandemia, que a gente acredita que isso não vai acontecer, mas também não sabe o dia de amanhã. A gente sabe que tem muitas pessoas que estão vacinadas, mas por outro lado sabe que muitas pessoas que tomaram a primeira dose não voltaram para tomar a segunda e outros já estão com a terceira dose. Temos um cenário muito atípico, onde a gente acharia que todo mundo estava ansioso para ter a vacina, mas nem todo mundo estava se portando dessa maneira. Mas respondendo a sua pergunta, nós teremos sim, a comemoração de Natal, nos dias 09, 10 e 11 de dezembro, mas de uma forma diferente, onde não teremos uma concentração de público como a gente teve no penúltimo ano, quando fazíamos na Praça Cônego Victor. No último ano, nós fizemos de uma forma drive-thru e esse ano nós vamos ter uma abertura um pouco melhor porque o cenário é melhor. Nós teremos uma grande atração que é um grupo já conhecido e vamos fazer o Natal tipo um cortejo, uma forma diferente que ainda não foi feito em Três Pontas. O nome do grupo nós vamos divulgar assim que assinarmos o contrato. Estamos estudando a possibilidade de como será a chegada do Papai Noel de uma forma segura. Teremos o apoio e a parceria da Associação Comercial, o comércio local, junto com a Prefeitura, ou seja, para fomentar realmente o nosso comércio. A intenção é que os eventos daqui para frente até que seja declarado fim da pandemia, sejam de formas alternativas, já saindo muito mais daquele cenário que a gente tinha totalmente online para uma forma híbrida, onde a gente consiga transmitir e realizar alguma coisa presencial.

E comemorações para a virada do ano também estão confirmadas?
Réveillon a gente não vai realizar. Já vimos que existem muitos eventos que acontecem paralelos e as pessoas já estão acostumadas a ir para suas casas, para sítios, ranchos e encontros familiares. A gente pensa que realizar uma festa popular, com grande concentração de público ainda não é a hora. Nós vamos deixar para que isso aconteça durante o ano de 2022. A gente acredita que a partir dos meses de abril ou maio, já esteja liberados totalmente. O que a gente pede é que as pessoas tenham cuidado nesse momento, principalmente nessas aglomerações. O uso de máscara é importante, álcool gel e distanciamento, não foram dispensados, são ainda importantes para a nossa saúde e que as utilizaremos por um bom tempo. Alguns estados precocemente já estão liberando o uso, mas ainda achamos muito cedo isso. Temos uma população que ainda precisa tomar esses cuidados. Nós aqui vamos agindo conforme a banda toca. Se está caminhando bem, nós vamos começar a caminhar bem, porém, o Réveillon realmente nós não vamos realizar.

Mas as praças da cidade serão ornamentadas?
Já começamos a trabalhar nisso e agradeço ao Maquil Pereira, secretário de Transportes e Obras, que está nos cedendo os funcionários, eletricistas, para que trabalhem nisso, coordenados pelo Glauber Reis aqui da Secretaria de Cultura. No próximo dia 05 de novembro, nós teremos uma licitação para aquisição de material e nós já estamos sabendo que está faltando material no mercado, por falta de material importado. O mercado deste setor está com dificuldades de suprir esta demanda. Mas nós queremos dar um upgrade para aumentar e melhorar esses enfeites, utilizando também o que já temos, mas tudo vai depender dessa licitação. Além das praças da Prefeitura, da Fonte e da Igreja Matriz, a ideia é enfeitar a Praça do Centenário.

Virando o ano, já há definição sobre o grande encontro das Companhias de Reis?Nós tivemos uma reunião na segunda-feira passada com todos os componentes e representantes das Companhias de Reis e eles ainda optaram por não realizar aquele grande evento que todos anos a gente promovia na Praça. Alguns queriam, outros não, mas a maioria decidiu que não vai participar ainda de um evento grande em praça pública. Eles vão fazer as apresentações de forma mais contida, até porque eles estão com receio se as pessoas vão recebê-los, vão abrir as portas de suas casas para receber a bandeira do Divino. Nas companhias tem muita gente idosa que se mistura com os mais jovens que talvez possam não terem vacinado. Nós acertamos com eles uma apresentação híbrida no Centro Cultural Milton Nascimento, aonde vai ser, inclusive, transmitido e gravado o material que servirá de apoio para compor um clipping profissional. Eles podem inclusive com este material conquistar até leis de incentivo, como aconteceu no ano passado que eles foram contemplados pela lei Aldir Blanc porque tinham se apresentado em 2020, neste encontro promovido pela Prefeitura. Então, nós vamos criar uma apresentação para gerar este material, como comprovação caso surja a nova lei Aldir Blanc ou qualquer outra de incentivo que eles se encaixem. Dessa maneira, dia 08 de janeiro nós teremos um encontro no Centro Cultural com presença somente dos componentes das Folia de Reis, que será transmitido pelos canais da prefeitura e o material será gravado, entregue para eles como uma forma de registro, para eles terem esse material guardado também.

Dá pra falarmos alguma coisa sobre Carnaval em 2022?
Nós começamos essa semana os estudos para ver a possibilidade de realização do Carnaval. É bom deixarmos claro que a Prefeitura tem condições de fazer, tem recursos para realizar isso, mas nós dependemos também desse cenário permanecer bom como ele está. Certamente não vai ser o carnaval que a gente queria realizar, igual nós fizemos em 2020, que o sonho da gente era continuar numa crescente, mas nós tivemos uma pandemia que quebrou as pernas de todo mundo. Então, nós vamos fazer uma retomada e para isso nós já estamos juntos conversando, Prefeitura, Secretarias, Movimentos, Associações, apoiadores e a própria população estudando essa possibilidade de realização de um Carnaval modelo. Ainda não sabemos como vai ser, mas a tendência é que ele aconteça sim, a forma é o que está sendo estudada.

Na sua opinião estamos em um cenário indefinido?
Exatamente isso que eu falei. Talvez seja o cenário mais indeciso para quem lida com eventos. Cerca de quatro ou cinco meses atrás, a gente tinha certeza que não realizaria, assim como a gente teve uma certeza lá no começo que a pandemia iria durar um mês só e tudo iria passar. E olhem como as coisas mudam tanto. Então nós temos que caminhar mais um pouco e logicamente o poder público, ele tem um limite também para programar. Temos até o começo de dezembro, se até lá estiver alguma coisa obscura, nós realmente não iremos conseguir fazer o Carnaval. Isto porque nós dependemos de licitação, de virar o ano, do ano fiscal, é tudo muito complicado para o setor público. A gente tem previsto um Carnaval e como já disse estamos fazendo várias reuniões. Estamos escrevendo projetos para lei de incentivo para tentar recursos do governo também para fomentar isso aí, para até não utilizarmos os recursos da própria Secretaria. Nós estamos nos movimentando de todas as maneiras já com essa intenção de tentar realizar esse Carnaval.

Como foi trabalhar tantos meses diante de tantas incertezas e indefinições?
“Olha, em 52 anos de vida, 31 anos de Prefeitura, foi o momento mais cruel que nós tivemos em todos os sentidos, principalmente para nós da cultura. O que nós vimos aqui foi passar dia após dia, vendo músicos com dificuldades, tentando trabalhar e não podendo por impedimentos legais sanitários. Por outro lado, nós tivemos uma parceria muito grande dos Governos Federal e Estadual que foi a implantação de leis que ajudaram de certa forma. Criamos leis aqui no município de Três Pontas, como foi o projeto “Fazer o bem com Arte”, o “Rede Cultura em Casa”, que foram projetos do município para os artistas, os próprios Saraus que nós estamos realizando e os músicos estão sendo remunerados. É importante a gente falar essas coisas, todas são ações que nós viemos fazendo e tentando ajudar o setor que foi muito massacrado e ainda o está, Estamos retomando aos poucos, mas com muitas limitações. Enquanto isso várias empresas do ramo de eventos não resistiram e fecharam as portas. Até agora para fazermos cotação e licitação, nós estamos procurando novos agentes porque muitos pararam, porque não tinham mais como sobreviver e isso é muito triste. Neste um ano e meio, trabalhamos muito e com várias frentes, inclusive com uma forte parceria e entrosamento com a Rede de Gestores de Minas Gerais, com a SECULT, através do Secretário Leônidas Oliveira e os subsecretários Milena Pedrosa e Maurício Canguçu. Nós nunca tivemos tão emanados nas resoluções e hoje temos um trâmite muito aberto com a Secretaria do Estado, o que não tínhamos antes. Eles são extremamente parceiros, prova disso ver nas redes sociais a ligação que nós temos. Na pandemia criou-se um laço muito maior e eu acho que depois disso tudo nós vamos sair muito fortalecidos e muito certeiros daquilo tudo que a gente vai poder realizar e com uma outra concepção de como realizar, com segurança, para que nada disso mais venha acometer o setor.

Não apenas em termos de eventos, mas parece que nada será como antes, não é Alex?
Nada será como antes, mas com uma boa perspectiva que o pensamento das pessoas pode ser mudado, ou seja, muita coisa que era supérflua eu acredito que será abandonado e nós vamos trabalhar com certeza, inclusive, o poder público, as legislações mais certeiras, menos burocráticas para que a gente possa realizar coisas com mais tranquilidade e que as verbas consigam chegar na ponta, naquelas pessoas que realmente precisam, como os nossos artistas.

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