Um encontro no Auditório da Cocatrel selou a parceria entre a UNI-BH e a Prefeitura de Três Pontas para a realização de um internato. Alunos do último ano do curso de medicina da faculdade, estarão atuando nas unidades básicas de saúde, fazendo o atendimento com crianças, adolescentes, adultos, gestantes e idosos, juntamente com as equipes que já atuam nos postos. Caberá a eles também, auxiliar na vacinação contra a Covid-19, fazer visitas domiciliares a pacientes que deixaram o Hospital e vão para casa e precisam de um apoio. Nas unidades, eles terão a responsabilidade de elaborar protocolos clínicos e diretrizes terapêuticas para regular melhor o fluxo de pessoas no atendimento a atenção primária de saúde, dos postos para o centro de especialidade, para que as pessoas que necessite tenham atendimento especializado. Serão 12 alunos que já atuaram nos melhores hospitais da Capital e farão o internato durante três meses. Após este período outros chegarão.
O diretor da Anima Educação em Minas Gerais Nathan Mendes Souza, conta que a iniciativa partiu da pediátrica trespontana Dra. Cínthia Chaves, que é coordenadora do Núcleo de Pediatria da UniBH. Ela fez a interlocução entre a faculdade e a Secretaria Municipal de Saúde. Ela é trespontana, mora e atua em sua terra natal e trabalha na faculdade. Era um sonho antigo ver este internato sendo implantado em Três Pontas. Ela já atuou com alunos em postos de saúde da Capital e em lugares carentes. Com esta oportunidade aberta pela coordenação, este ano foi feito um mutirão de atendimento de pediatria que deu muito certo e por isso, trazer os alunos para sua terra é servir a cidade com ela precisa.
De acordo com o professor Nathan Mendes, a atenção primária a saúde, é a porta de entrada para o Sistema Único de Saúde (SUS), de todas as pessoas do Município. “Idealmente é para se ter um médico, uma enfermeira e um dentista bem informados, sendo assim, mais de 90% de problemas devem ser resolvidos e poucos casos devem ser derivados para a atenção secundária ou terciária”, enfatizou. Ainda segundo Nathan Mendes, é importante destacar a necessidade de ampliar a cobertura da atenção primária de saúde em Três Pontas. É um processo em que a sociedade e os gestores públicos precisam avançar ao longo do tempo de forma gradativa, junto com o Governo do Estado e o Governo Federal, fazendo com que o Programa Saúde da Família chegue nos 100% de cobertura.
Para a gerente regional da Anima Camila Vieira Sousa, a instituição tem construído com seus alunos o conhecimento de território, de SUS e formação na atenção primária. Vir para a cidade dá a possibilidade do estudante de medicina conhecer um território novo ajudar na sua formação e aprender com a organização daqui. “A expectativa é grande para que ele melhore sua formação, retribua com seu papel social e o seu engajamento com a população de Três Pontas e crie vínculo”. Atuar neste momento de formação, permitida dar o conhecimento ao futuro médico ou médica, quando fazer o encaminhamento, a quem encaminhar ou se ele mesmo pode resolver o problema.
O coordenador adjunto do curso de medicina Miguel Serpa, acrescenta que trazer esta realidade aos alunos é o desejo da faculdade e gratificante ao ver o apoio que eles podem oferecer. “É um campus a mais para a universidade, que proporciona um crescimento incrível. O objetivo final é cuidar das pessoas, dos pacientes, o tem que ter este compromisso de todos os lados”, defendeu Miguel Serpa, que continuou afirmando que com a pandemia, ficou mais claro ainda que as pessoas precisam de um bom profissional o acompanhando.
Para a secretária Municipal de Saúde Teresa Cristina Rabelo Corrêa, trazer profissionais com formação já acadêmica em programa saúde da família, demonstra que o SUS vem cumprindo seu papel. Três Pontas possui seis equipes de PSF com 30% de cobertura e cinco unidades básicas. O interesse da Secretaria de Saúde é ampliar para 100%.
Outra importância é a questão econômica, uma vez que eles ficarão em Três Pontas e movimentando o comércio. Durante o período, alunos de Minas Gerais irão passar pelo Município para um estágio urbano e quem sabe futuramente para uma residência médica.
